Por Juliana Freitas, em 19/09/2014
Foi como secretária na agência JVA, empresa publicitária carioca que já encerrou suas atividades, que Diná Ferreira Lopes colocou um pé na profissão que nunca mais abandonaria. E mais, pela qual acabaria se apaixonando, como enfatiza a atual gerente de Conexões da agência Escala.
O pai era proprietário de salão de cabeleireiro e a mãe, dona de casa, e tinha apenas 17 anos, ainda recém-formada pelo ensino médio, quando começou a trabalhar na JVA, a empresa que lhe abriria as portas para o mercado publicitário. "Logo que comecei já me identifiquei com a área de mídia", conta. E foi cursar Publicidade e Propaganda pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), do Rio de Janeiro. Formou-se e foi além, buscando pós-graduação na ESPM e um MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Por tudo, Diná se sente realizada com o que conquistou até o momento. E confessa que pretende ir além, estudar mais e aprofundar seus conhecimentos na área de mídia. "Gostaria de fazer outras graduações e estudar mais sobre meu trabalho", diz, convicta.
Carreira cariúcha
Há 20 anos no mercado publicitário, Diná lembra-se que o início não foi fácil. Como ainda não estava na faculdade, a dificuldade de se inserir em um mercado competitivo foi maior. "Fiquei seis meses colaborando com o departamento de mídia, sem ser efetivamente do setor", relembra. Quando começou a cursar Publicidade veio o convite para fazer parte da área de mídia na agência JVA. Na empresa, onde ficaria por quatro anos, foi assistente, coordenadora e supervisora. "Mídia sempre foi meu foco", repete, como se quisesse convencer a si mesma.
Depois do período na primeira empresa, Diná foi integrar a equipe da agência Percepttiva, também no Rio de Janeiro, onde testemunhou a entrada da empresa no mercado da comunicação. "Fui a segunda funcionária. Montei o Departamento de Mídia, equipes e a forma de trabalho", lembra. Quando completou 10 anos ali, o desejo de conhecer um mercado diferente, no qual novos desafios fossem propostos, ficou maior. Foi quando surgiu a oportunidade de trabalhar na capital gaúcha.
Diná estava de férias em Porto Alegre quando conheceu o Grupo de Mídia do Rio Grande do Sul. "Fui muito bem recebida", faz questão de dizer. A partir de contatos realizados com profissionais gaúchos, foi convidada para fazer um trabalho na GlobalComm, onde ficou por seis meses. Já são sete anos no Estado, com agens pelas agências e21, Competence e, atualmente, Escala.
Em uma breve reflexão sobre o mercado atual da comunicação, focando no lado publicitário, Diná acredita que o ano de 2014 é o responsável por uma série de transformações na área, principalmente pelo fato de ter sido ano de Copa e eleições. "Acho que muita coisa estará para acontecer na virada para 2015", completa.
Distinções sulistas

Com tanta experiência, Diná faz questão de ressaltar nomes que foram importantes para sua carreira. O primeiro é Maurílio Mendonça, que foi diretor de Mídia da JVA. "Foi minha principal referência, formando minha base de conhecimento." Também destaca os atuais gestores da Escala Daniela Schenato, André Nonnig, Luciana Russowsky e Paulo Melo, sócio-diretor da agência e líder da equipe de Conexões.

Foi também no Rio Grande do Sul que o trabalho de Diná começaria a ser reconhecido nas premiações promovidas pela Associação da Propaganda Riograndense (ARP) e pelo Grupo de Mídia do Estado. Destaque entre os profissionais de 2014 no Top of Mídia, ela conta ainda com outros prêmios que ressaltam seu potencial e o foco que mantém no trabalho. "Sou 'caxias', como dizem no Rio, aquela que abraça o trabalho como pode. Gosto de perguntar e conhecer tudo sobre meu trabalho", conta, deixando claro de onde vem toda sua dedicação profissional.

Além do Prêmio Luís Fernando Martins, reconhecimento pessoal ao seu trabalho, a publicitária tem no currículo prêmios por cases em 2010, 2013 e 2014. Trabalhos produzidos para diversos clientes lhe renderam distinções nas categorias Web, Rádio, Projeto Especial, OOH e Campanha, além de dois Grand Prix, troféu principal entre as categorias. "Sabemos que o gaúcho é bairrista e o fato de uma carioca receber o prêmio máximo de reconhecimento profissional de Mídia no Estado me marca. Esse foi um prêmio pessoal e especial", diz.

Baladeira ansiosa

A carioca que veio se aventurar nos pampas ite que teve um pouco de dificuldade com a cultura do Estado logo que se mudou. "A cultura é diferente, mas me adaptei bem", acredita. Sempre observando a rotina das pessoas e seus costumes, Diná acredita que não se deve impor nenhuma cultura sobre outras, respeitando e não comparando. "Hoje tomo até chimarrão", ressalta.

Das lembranças da infância nas ruas e praias do Rio ficaram as férias com os pais e os três irmãos mais novos na fazenda da avó - não no estado natal, mas no interior de Minas Gerais. "Tenho 150 primos e 13 tios. Precisava ser um lugar grande pra gente confraternizar", conta, rindo. Casada com o DJ Duran Gerhardt, ite que uma de suas preferências é curtir a noite com o companheiro. "Adoro uma balada", diz, mas logo acrescenta que o hobbie que fica em primeiro lugar em sua vida é o cinema. Assim mesmo, evitando apenas os dramas profundos: "Sou uma canceriana sensível".

Apesar de itir ser uma pessoa ansiosa e "querer tudo para o agora", diz que para o futuro gostaria de retornar a dar aulas, experiência que teve em 2004, quando assumiu turmas de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá, ainda no Rio de Janeiro. "Foram dois anos maravilhosos", lembra. Porém, devido ao acúmulo de atividades, ficou difícil conciliar a rotina de professora e de publicitária de agência. Rodou a opção pelas salas de aula, que agora poderá ter uma chance de se recuperar em segunda chamada?