Márcio Corá : Guardião de marcas
Já são quatro décadas dedicadas ao Marketing e à Comunicação, que também lhe renderam um senso único de responsabilidade social
Um exemplo de profissional, um exemplo de ser humano. Assim pode ser descrito o o-fundense Márcio Corá de Lima, recém-contratado diretor de Projetos Especiais e Novos Negócios da agência Matriz. Ao longo de seus 40 anos de carreira, Márcio afirma que foi, em um primeiro momento, um homem da comunicação e, mais tarde, um homem do marketing. Entretanto, nunca deixou de ser uma pessoa preocupada com o próximo, acima de tudo. As quatro décadas dedicadas a estas áreas lhe renderam um senso único de responsabilidade social.
Apesar da discrição que procura manter, aos 59 anos pode, sem dúvida, orgulhar-se de ter trazido mais sensibilidade para a sua vida pessoal através de projetos sociais desenvolvidos para empresas onde atuou. Recentemente, encerrou um ciclo de 18 anos na gerência de Marketing da Cia. Zaffari. Na empresa familiar gaúcha, conheceu 103 entidades assistenciais e foi por meio do contato com essas organizações que diz ter aprendido o verdadeiro significado da vida.
Embora tenha tido apenas um filho, Márcio tem paixão por crianças. Dos 17 sobrinhos que possui, 10 são seus afilhados. Em sua opinião, a vida deveria ser encarada pelo olhar das crianças: com simplicidade. "Investir nas crianças sempre foi e sempre será a melhor forma de mudar o mundo. Elas são as melhores propagadoras de ideias. Se você ensina coisas boas a uma criança, ela vai transmitir essa informação para os adultos, que a absorverão mais facilmente", afirma. Ele também acredita que o voluntariado faz "mais bem que uma religião" e, por isso, dedica, no mínimo, um dia por mês para visitar o Instituto do Excepcional, além de outras organizações.
O sonho de vencer sozinho
Nascido no dia 4 de outubro de 1950, conta que seus primeiros os na área da comunicação foram dados aos 14 anos. Nessa época, cursava inglês na escola de idiomas Yázigi e foi quando resolveu, juntamente com um colega, criar um "jornalzinho" chamado Mr. Pepe. Além de escrever para a publicação, coordenava a distribuição para a comunidade. Graças a esta atividade, conseguiu um abatimento no valor da mensalidade do curso.
Com 16 anos, mudou-se para Porto Alegre. Depois de formar-se no colegial, iniciou a faculdade de Publicidade e Propaganda, na PUC, e, logo, começou a estagiar na Rádio Guaíba e na extinta Folha da Tarde, que pertenciam ao grupo Caldas Júnior. Apesar de vir de uma família de classe média, seu grande objetivo era vencer na vida sozinho, sem a ajuda dos pais. Por isso, no dia 17 de dezembro de 1968, fez sua mala e, a convite do jornalista Roberto D"Àvila e de seu irmão, o fotógrafo Antônio D"Àvila, embarcou para São Paulo para trabalhar em uma agência. Durante os seis anos que permaneceu na empresa, paralelamente, cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Dedicou quatro anos aos estudos do Direito, mas ao assistir ao que viria a ser a condenação de um homem inocente - já que o verdadeiro culpado se apresentou depois do suicídio do apenado - não se preocupou em pegar diploma. "Apesar de gostar do Direito e da área criminal, não era para mim", relata.
Mais tarde, partiu para um novo desafio, que foi, juntamente com Salles Neto, da editora Plurinforme, montar o projeto do Meio & Mensagem. A parceria durou seis anos, até o momento
Na área da comunicação e propaganda, ainda registrou agens pela Símbolo Propaganda, Martins e Andrade, Varig, Norton, e Propag,
Ciclo fértil e importante
Quando ainda estava
A primeira missão do executivo de comunicação, juntamente com o publicitário Luiz Coronel, foi reformular a agência Êxitus, da qual a Cia Zaffari era acionária. Com a inauguração do Bourbon Shopping - projeto do qual participou integralmente - ou a ser um "homem de marketing". Este foi o primeiro trabalho do gênero e, aos poucos, foi assumindo a gerência de Marketing do grupo. "O projeto do hipermercado com algumas lojas era algo inédito no Brasil e trazia a filosofia de street shopping dos EUA, Inglaterra, Espanha", relembra.
Foi na Cia Zaffari que conheceu conceitos de valorização da qualidade e de respeito ao consumidor. Porém, acima de tudo, Márcio garante ter aprendido a ser um guardião da marca. "Esta é a função de um profissional de marketing. E foi essa a função que desempenhei durante 18 anos. O Zaffari chegou numa posição que não há igual no Rio Grande do Sul. E só o trabalho que fiz lá já me gratifica profissionalmente. Hoje, me considero um homem do marketing", relata.
São da família Zaffari seus dois "gurus": Marcelo Zaffari, falecido no ano ado, "o maior empresário que conheceu nessas quatro décadas de carreira"; e Santina de Carli Zaffari, esposa do fundador Francisco José Zaffari, que "tem mais de 90 anos, é uma pessoa maravilhosa, uma lição de vida."
Sobre a sua saída da empresa, explica: "Na vida você cumpre tarefas. E eu acho que, ano ado, com a inauguração do Bourbon
Paixão por música
Márcio tem verdadeira paixão por música e aprendeu a gostar do gênero clássico desde cedo. Com apenas dois anos, ouvia os discos que seu avó botava para tocar. O gosto foi aprimorado nos "Concertos Comunitários Zaffari", com o maestro Frederico Gerling Junior. "Com o maestro aprendi muito, não apenas sobre música erudita, mas, também, popular", conta. Jazz é outro gênero que lhe agrada e os cantores preferidos são Elvis Presley e Ella Fitzgerald.
Quando quer se refugiar, viaja para seu "centro de lazer", uma casa em Canela, em um condomínio fechado. É neste local, em meia à natureza, que Márcio aproveita para descansar e, por incrível que pareça, ler e também assistir a DVDs sobre marketing, como ensina a regra do bom "guardião de marcas".
