Patrícia Corrêa: Fazer com convicção
Diretora da Up Time Comunicação e Empresária de Marketing Promocional do Ano, Patrícia Corrêa é alguém com vontade de fazer

Determinação e comprometimento são características básicas da personalidade de Patrícia Corrêa, diretora da Up Time Comunicação. Duas vezes Empresária de Marketing Promocional do Ano no Prêmio Colunistas RS, vive um ritmo intenso e acredita que a vida deve ser encarada com bom humor, leveza, sorrisos e persistência. E que para realizar qualquer projeto é preciso apenas uma decisão e determinação. "A gente é o que a gente pensa", sustenta.
Formada pela Unisinos, em 1988, Patrícia teve a primeira oportunidade na comunicação em um estágio no Marketing da Ughini, mas confessa que não tinha muita percepção sobre o que poderia fazer na área. Ainda exerceu por seis anos a função de escriturária na Petroquímica Triunfo, hoje Braskem, e costuma dizer que foi a primeira funcionária da Globosat, que se transformou em NET, contratada como gerente de telemarketing. "Por instinto, sempre me metia nas coisas, mesmo não sendo da minha área", lembra.
O primeiro investimento como empreendedora veio logo em seguida, quando começou a atuar em um projeto juntamente com a jornalista e relações-públicas Lize Jung, que assessorava a NET. Já a Up Time surgiu em 1993, na época, com foco em eventos, uma vez que marketing promocional e live marketing ainda eram conceitos pouco disseminados. Mais tarde, recorda, "os clientes começaram a compreender que era necessário ir além da mídia tradicional" e, em 2004, a empresa montou um núcleo exclusivo de criação para a área de marketing promocional. "Hoje, apesar do nosso DNA ter se concretizado muito na área promo e de eventos, o cliente nos procura porque quer algo a mais. Nosso papel é levar até ele novas experiências", explica.
Há quatro anos, a unidade da Up Time no Rio de Janeiro inaugurou um novo núcleo, voltado a marketing em comunidades. O segmento trabalha interesses dos públicos de uma comunidade de forma voltada a algum empreendimento que está chegando na região. A área, segundo Patrícia, ainda enfrenta grande resistência em terras gaúchas. "A gente sempre fala em sustentabilidade, mas todo mundo faz apenas a vala necessária, aquela que é suficiente para te dar o licenciamento."
Empreender de todas as formas
Para alguém que respira comunicação, distanciar-se um pouco para aprender mais sobre gestão pode ser tarefa nada fácil. Se tiver alguma coisa sendo discutida, ela faz questão de estar na reunião de brainstorm. Vem da família a influência para desenvolver o espírito empreendedor. A avó trabalhava com vendas, no ramo de confecção, enquanto o pai atuou durante muito tempo na área istrativa e, por 23 anos, manteve uma pequena loja, a Tabacaria Mônica. "Adolescente, comecei a ajudar a vender. Minha mãe fala que, na época em que era criança, pegava o caderninho da Avon e da Christian Gray (Natura) e saía vendendo pela rua", lembra. Com a figura paterna, aprendeu que da vida simples poderia tirar os melhores resultados. "Meu pai foi inspiração de liberdade de vida, de escolhas".
Há sete anos, Patrícia viveu o momento que define como seu maior desafio. Um acidente de carro na Estrada da Mar a fez enfrentar um ano em uma cadeira de rodas. "Quebrei tudo que se pode imaginar, do rosto aos pés, que é onde está minha maior sequela. Tive que fazer a escolha da minha vida, recuperação ou depressão? Estabeleci algumas regras no hospital, tinha um horário para chorar e outro para tocar o planejamento da minha vida." Durante o período, seguiu com o trabalho na Up Time, com o auxílio da equipe sobre a qual se diz grata, e indo a reuniões e eventos com cadeira de rodas. "Foram os anos (2006 e 2007) de maior produtividade da empresa. É incrível como a vida te para por um lado e te acelera de outro", resume.
Com os seus
Natural de Porto Alegre, Patrícia é a filha mais velha do comerciante Moacir Zago Correa e da funcionária pública Noilda Costa, em uma família que se completa com um irmão, Marcelo, hoje coordenador de produção da Up Time. "Ele sempre foi um cara resolutivo e que tem um perfil como o meu, se as pessoas conhecem sabe que entrega, que resolve", afirma, ao contar que durante um período relutou a ter familiares na empresa.
Arteira assumida, cresceu ao lado da avó e da tia, uma vez que os pais trabalhavam bastante. Comunicativa, acredita que sempre teve como característica a capacidade de agregar pessoas. "Fui aquela criança que se a mãe deixasse saía conversando por aí", relata. Escalar a pedreira perto da escola era uma das atividades praticadas pela pequena aventureira, aos 10 anos. Até brincava de casinha ou bonecas, mas ite que achava chato..
Casada há 10 anos com o funcionário público Paulo Borelli, com quem mantém relacionamento há pelo menos duas décadas, tem no companheiro, que conheceu através de um amigo de infância, um grande parceiro. "Eu não estaria num casamento tradicional se não fosse alguém que me permitisse voar. Em todos os meus voos, ele me deu o aporte e disse seja feliz, quero ver teu olho brilhando, porque eu vou te encontrar ou tu vai voltar. É uma relação com quase nada de cobrança, baseada no respeito. Ele é a minha melhor companhia dos últimos 20 anos."
Aproveitar a vida e tocar a carreira profissional foram durante muito tempo prioridades, que colocaram a ideia de ter filhos em segundo plano. Quando tinha 36 anos, gerar uma criança tornou-se um objetivo, até que, quando estava prestes a iniciar um tratamento para engravidar, um acidente acabou por adiar os planos. Mais tarde, quando novamente voltava a pensar na possibilidade, sofreu um novo acidente e entendeu que talvez esse não fosse seu destino. "Decidi que se aparecesse uma criança na minha vida eu iria abraçá-la e criá-la como minha filha, mas que não iria me mover para adotar. Hoje, com 48 anos, isso não me causa sofrimento. Tenho tantos sobrinhos e acho que tenho muitos filhos por aí que gerei e não sabia."
Workaholic? Normal
Patrícia crê ser uma geminiana pura, acelerada por natureza e que gosta de fazer múltiplas coisas. A rotina intensa é, para alguns, típica de uma workaholic. Para ela, no entanto, é algo normal. Costuma ar uma média de oito a 10 horas diárias na empresa, além de se dividir entre academia, sessões de fisioterapia, compromissos sociais e, claro, reunir os amigos, programa "de toda pessoa que gosta de falar". "Acho a vida uma dádiva, um presente, acho que a gente, infelizmente, complica demais."
Para aproveitar os momentos de lazer, leituras, cinema, organizar eventos para os amigos e até praticar o chamado nadismo são as práticas favoritas. Cursos e vivências na área de cosmoterapia - práticas para o alcance da espiritualidade - também são atividades que costuma fazer de tempos em tempos. "Tenho paixão por estudar energias", revela. Em literatura, predominam os livros sobre a área de atuação, romances e obras sobre espiritismo. Para assistir, lhe agradam filmes de todos os tipos. "Acho que toda a pessoa curiosa tem necessidade de entender as coisas e, por isso, não foca numa área. E eu sou uma curiosa nata", justifica.
O estilo musical também não se atém a um único gênero. Dispensa o sertanejo e o funk, e ouve da música popular brasileira ao jazz. Assim, John Mayer, Curtis Mayfield, Madonna, Ivete Sangalo, Alicia Keys e Patrícia Kaas são alguns artistas que acompanha, mas garante que não é uma mulher de ídolos. "Não tenho paixões, tenho gostos." Patrícia assume que não tem jeito para a culinária e quem cozinha em casa é o marido, mas se diz uma apreciadora da gastronomia japonesa e tailandesa.
Para o futuro, quer a possibilidade de dedicar mais tempo ao trabalho com algumas comunidades assistenciais e expandir parte da Up Time para a área de sustentabilidade e marketing social. "Quero ser essa mulher da área promocional, como já sou reconhecida, mas que eu possa me dedicar à minha nova paixão, que é trabalhar com marketing social", revela.