Marcos Dvoskin: Do Guaíba ao Tietê
A mudança das margens do Guaíba para as do rio Tietê não incomodou o gaúcho Marcos Dvoskin. Pelo contrário, apesar de gostar muito da …
A mudança das margens do Guaíba para as do rio Tietê não incomodou o gaúcho
Marcos Dvoskin. Pelo contrário, apesar de gostar muito da sua terra natal, ele aprendeu a curtir - após quatro anos e meio -, a metrópole paulista. Agora, tem mais motivos para viver intensamente cada dia: desde dezembro do ano ado, após ter deixado muitas marcas nos cargos de liderança que exerceu, dedica-se exclusivamente ao comando de seus "18 filhos", como considera o acervo de títulos das revistas que comprou em leilão da extinta Bloch Editores, atual Editora Manchete. Marcos Ramos Dvoskin, 53 anos, foca o êxito de sua carreira profissional simplesmente na "capacidade de valorizar pessoas". Antes da recente agem pela Editora Globo, teve 28 anos de RBS, fazendo um pouco de tudo: da área istrativa da então TV Gaúcha e do jornal Zero Hora até diretor executivo da rede de jornais e membro do Conselho de istração do grupo. Formado em istração de Empresas, pela UFRGS, e em Jornalismo, na PUCRS, Dvoskin iniciou sua trajetória profissional na área da mídia em 1971, quando trabalhou como serviços gerais na antecessora da RBSTV. No ano seguinte, ingressou na área istrativa da Zero Hora, cuidando inicialmente do departamento de transportes. Desde aquela época , o jornalismo se sobressaía entre as demais habilidades do empresário. "Mesmo trabalhando na istração, eu sempre ia dar uma olhadinha na redação, ficava por lá observando o processo de edição do jornal", relembra ele, acrescentando que as "espiadinhas" na redação contribuíram muito para sua vida nos anos seguintes. Transitou por quase todas as áreas de Zero Hora - istrativa, circulação, comercial -, até chegar ao cargo de diretor executivo da rede de jornais do Grupo RBS, destacando-se na implantação do Diário Catarinense, em Florianópolis, e na absorção do jornal Pioneiro, que pertencia a um grupo de Caxias do Sul. Em 1998, Luis Eduardo Vasconcellos, responsável pelos jornais, rádios, gráfica e a editora da Rede Globo, convidou Dvoskin para assumir a direção geral da Editora Globo. Então, em janeiro de 1999, ele trocava a capital porto-alegrense pela paulista, aceitando o desafio de dar um novo perfil à revista Época, que já circulava mas sem obter os resultados esperados. Durante sua atuação de quatro anos na Globo, o empresário foi membro do conselho da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e presidente da Associação Nacional de Editores de Revistas - ANER. No final do ano ado, Dvoskin comprou os 18 títulos da falida Bloch Editores, entre os quais antigos sucessos de venda como Manchete, Fatos & Fotos, Pais & Filhos, Desfile e Ele e Ela. Desde então, como presidente da Editora Manchete, dedica-se com ênfase especial no planejamento e na reedição das publicações.
A rotina do big boss
A primeira coisa que pratica, todas as manhãs, são os exercícios físicos. Não tem hábito de tomar café - ele mesmo diz que bebe café "de uma forma errada" - mas já está nos seus planos a reeducação em relação às refeições. Durante o dia, dedica parte de seu tempo à visitação aos clientes - agências, anunciantes e bancas de jornais -, o que considera primordial no andamento dos negócios. "Nosso ídolo é o cliente, seja leitor ou anunciante". No restante de sua rotina ele cuida das operações internas da editora. À noite costuma ter compromissos de negócios, geralmente em restaurantes - onde considera que exerce seu lazer favorito. Nos fins de semanas em que não viaja ao Rio Grande do Sul aproveita para praticar suas "adoradas caminhadas" no Parque do Ibirapuera, na capital paulista. Curte muito ir ao teatro e assistir peças do estilo "musical da Broadway", mas lamenta que falta tempo para acompanhar todos os espetáculos que gostaria de ver. Adora ler, e nesse aspecto ele revela ser bem eclético. "Leio de tudo um pouco, livros de negócios, romance e histórias de vida. Na cabeceira, está a obra do escritor Roberto Adame Trajan, "Metanóia - Gestão pelo Lado do Cliente". "Esse livro é escandalosamente maravilhoso, uma leitura recomendada para os empresários". Gosta de cinema, preferencialmente filmes de ação e aventura. "Tenho horror de filmes de terror", comenta ele. Viajar também está entre suas paixões. E isso é motivo para estar sempre planejando uma viagem. Destaca Miami, Nova York e Paris, onde morou seis meses, quando cursou um MBA em istração na Universidade de Fontanne Blue. Nas entrelinhas de seus desejos pessoais, Dvoskin confessa que tem vontade de morar na cidade de Canela, uma boa razão para retornar de vez aos pampas. Para justificar ainda mais a sua naturalidade, conta que como conselheiro do Clube e fanático pelo Internacional, ele não torce para nenhum time paulistano. Adora assistir jogos de futebol, especialmente se forem os do time do coração.
Saudade dos pampas
Respirando no dia-a-dia os ares de São Paulo, Dvoskin faz questão de ressaltar que é aqui no Rio Grande que vem recarregar suas baterias. Apaixonado pela Serra gaúcha, especificamente pela cidade de Canela, onde tem uma casa, o empresário volta para o sul em média uma vez por mês para rever a família. "Lá eu reúno todos, irmãos, pais e filhos. Assim posso matar as saudades deles e descansar minha mente", diz, destacando que em Canela encontra o que considera "um vale energizado" - com seu verde, sol e chuva. "Se eu estou cansado, vou para lá e me renovo totalmente", comenta ele. Mas não esquece da capital, quando recorda das belezas naturais que consegue apreciar de seu apartamento. " Quando eu lembro do Guaíba e do pôr do sol, me dá vontade de chorar", relembra. Depois de sair de um casamento de 24 anos e meio - foi casado com Sônia Sirotsky, irmã de Nelson Sirotsky -, Dvoskin afirma que no momento está solteiro, ou, em suas próprias palavras: "Estou um cara avulso, abandonado pelas mulheres". Frutos do relacionamento são seus três filhos, Nelson, 28 anos, Tanise, 26, e Débora, 21. Seguindo os os do pai, a filha "do meio", Tanise, acabou optando por ser jornalista - já foi correspondente internacional da Rede Globo e atualmente trabalha no Jornal do Almoço, da RBS. Como projeto do momento, o empresário destaca sua atuação à frente da Editora Manchete. Sua filosofia de vida é a busca constante da felicidade, que, para ele, deve estar inserida no cotidiano e projeto de vida de cada indivíduo. "Vivo para ser feliz, não trabalho para morrer e sim para viver", enfatiza. Define-se como "uma pessoa que tem muita facilidade nas relações com as pessoas", o que acredita ser um fator determinante no êxito de suas realizações. "As pessoas são o motivo do meu trabalho, eu procuro sempre investir nelas".