Daniela Sulzbach: relacionamento e confiança como receita do sucesso

Publicitária atua na área de mídia OOH, como gerente nacional de Vendas na Imobi

Publicitária e gerente nacional de Vendas da Imobi - Crédito: Arquivo Pessoal

Se o mundo das vendas é de pressão por metas e entregas, para a publicitária Daniela Junqueira Sulzbach, gerente nacional de Vendas da Imobi, o trabalho tem que ser com leveza e alegria. Formada em 1994 em Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e pós-graduada em Marketing pela ESPM, ela se encontrou na mídia Out of Home (OOH) e acompanhou a consolidação desse segmento no mercado brasileiro e gaúcho. 

Durante a carreira, fortaleceu relações, que a ajudaram a superar seus resultados ano após ano. "A melhor venda não é a primeira, é a que segue sendo renovada", afirma. Para ela, existe a pressão ocasionada pelos números, mas com o sorriso no rosto, conta que o segredo está em baixar a cabeça e fazer as coisas como devem ser feitas: com a construção de relacionamento com as empresas e agências na base da confiança, da ética, do profissionalismo e da dedicação.

Daniela já ou por importantes organizações do setor, mas acredita que foi na função atual que se realizou profissionalmente. "Encontrei-me com a empresa, com o meu trabalho e amo o que eu faço", declara. Entre os fatores para o momento, estão o clima diário, a boa convivência entre colegas de diferentes gerações e a sintonia entre todos. 

"A leveza torna tudo muito gratificante", afirma. Aliado a isso, 2024 foi um ano de conquistas: ganhou a estrela na premiação do 'Salão ARP', na categoria de Atendimento, e conseguiu contribuir com um crescimento de faturamento na empresa em que trabalha, somando o primeiro milhão em vendas com seus clientes. "Foi um ano incrível e eu fico muito feliz porque tudo está dando certo. Para conseguirmos vender bem, tem que funcionar, desde a negociação até a instalação". 

Inquieta, apesar das conquistas recentes, garante que não consegue se acomodar. Está sempre em busca de mais desenvolvimento profissional e pessoal, pois é isso que a mantém motivada. Nos mais diferentes aspectos da vida, Daniela garante que busca a felicidade, mantendo a delicadeza, leveza e transparência. "Preciso estar apaixonada e envolvida", conta.

Trabalho e lazer pelos ares

A porto-alegrense nascida em março de 1973 adora ir à academia e acompanhar aos jogos do Internacional com o filho Roberto, de 25 anos, estudante de Jornalismo à espera do momento da entrega do diploma pelas mãos da mãe. Muito ligada à família e aos amigos, muitos ainda da época de escola, aprecia os almoços com casa cheia aos finais de semana.

Sempre morou na capital gaúcha, mas expandiu os conhecimentos para além do Rio Grande do Sul. Durante a trajetória, visitou países como Espanha, Inglaterra, Argentina e Uruguai com as empresas nas quais trabalhou. E, atualmente, cuida das vendas da Imobi nacionalmente. Assim, pôde aprender em diferentes países e regiões sobre as possibilidades dos formatos e das tecnologias da OOH. 

No entanto, os eios de cunho turístico também estão carimbados no aporte. Recorda que desde a infância as viagens faziam parte da rotina familiar e trazem a ela fortes lembranças de família, quando viajava com os pais e com as duas irmãs nas férias, seja para Imbé ou para outros pontos do Brasil. 

Mantém esse costume atualmente com o filho e com o marido Fernando, com quem compartilha a vida há 10 anos. Juntos já foram para os Estados Unidos, para a Europa e América do Sul, especialmente, Punta del Diablo, no Uruguai, onde visitam com frequência, assim como para Saquarema, no Rio de Janeiro.

As diferentes vivências e o conhecimento avançado em inglês abriram muitas portas para que a publicitária conquistasse seu espaço. A exemplo, enquanto trabalhava na TechMidia, a companhia foi vendida para CBS, com forte presença no mercado nos Estados Unidos e na Europa. 

Como uma das únicas da empresa que falava inglês, participou ativamente do processo de compra, no acompanhamento dos executivos em visitas e depois durante toda implantação. Tal momento, a publicitária considera que tenha sido de grandes aprendizados, que marcaram sua carreira, além de proporcionar que ela estivesse conectada com as principais novidades do setor utilizadas em diferentes partes do mundo. 

Em grandes players do mercado

Daniela iniciou a carreira nas mídias externas, após ter ado por produção de vídeos e atendimento de mídia. Na Madison, agência na qual o primeiro marido, já falecido, Roberto Cortes, era diretor executivo, foi atendimento do Terra, quando seus olhos começaram a brilhar para a OOH. Logo após, em 2002, atuou na Prolix, a qual ela recorda que foi pioneira nos painéis frontline. A empresa foi comprada pela TechMidia, onde a publicitária permaneceu por 11 anos. A companhia tinha forte atuação em outros países da América Latina como Uruguai, Chile e Argentina, regiões em que a OOH se consolidou antes do que no solo brasileiro, segundo a publicitária. 

"Eu consegui aprender muito em locais já fortes na atividade, antes de que o mercado nacional fosse fortalecido", lembra. Ela acredita que esse momento contribuiu muito com a sua formação. Com os diretores da companhia Jack Sabaj e Alejandro Gonzalez, aprimorou muitas ferramentas para desenvolver seu trabalho.

O caminho seguiu no Canal Você, empresa do Grupo Bandeirantes de comunicação em transportes públicos, com as televisões em ônibus e metrô. De lá seguiu para a Ativa, onde ficou por cerca de três anos e meio, até chegar na Imobi, fundada por Daniel Costa, que já havia sido seu colega na TechMidia, e que conta ainda com a gestão de Ricardo Silveira, ambos considerados grandes inspirações para a profissional. 

Chegou na empresa atual em 2020, uma semana antes de iniciar a pandemia, período no qual ela considera um dos mais desafiadores. As organizações cortaram investimentos em outdoors, painéis digitais, mobiliário urbano e anúncios em transporte público, afinal, as pessoas estavam em suas casas. Naquele momento, eles seguiram trabalhando presencialmente, ao que ela credita à conexão criada com a equipe, que buscava novas ideias para retomar a relevância. 

Um dos projetos marcantes da época foi sobre a conscientização ao diagnóstico precoce do câncer de mama no Outubro Rosa. Sem a tradicional 'Caminhada das Vitoriosas' e com a concessão das mídias nas placas das esquinas de Porto Alegre, foram colocadas artes, especialmente em parques, para incentivar as pessoas a seguirem com a caminhada mesmo que sozinhas.

Ela presenciou diversas mudanças do segmento e comemora a consolidação do setor. Em 2024, a mídia externa foi o terceiro modelo de maior investimento em publicidade das empresas brasileiras, ficando atrás apenas da televisão e dos meios digitais, segundo pesquisa do Cenp - Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário. 

No entanto, nem sempre essa mídia, considerada por ela a mais democrática, por atingir os mais diversos públicos nas ruas, recebeu a mesma atenção. Em 2007, a Lei Cidade Limpa em São Paulo, que buscou regulamentar a publicidade na cidade para reduzir a poluição visual, gerou grandes incertezas. "Foi um baque para todas as empresas de OOH, pois tirou das ruas da maior cidade do país todas as mídias. Ficamos em um limbo até que o segmento foi se reestruturando, com a entrada de multinacionais, até ganhar a relevância que tem hoje". 

Durante os 23 anos que atua no setor, também presenciou toda a evolução tecnológica. Se antes a instalação de um outdoor exigia um tempo significativo, os equipamentos digitais nas ruas aram a permitir que uma campanha inteira entrasse simultaneamente no ar em todo o País ao mesmo tempo. Tal fator, na visão de Daniela, possibilita cada vez investimentos maiores e mais profissionalização de quem atua na área. 

O futuro para a gerente nacional de vendas é uma incógnita. Apesar da certeza de querer seguir se desenvolvendo em OOH, ela reflete sobre a mudança rápida tanto das inovações, quanto dos fatores que interferem na vida pessoal e, dessa forma, prefere pensar apenas no agora para conter a ansiedade. "Tudo está muito acelerado. Faço o exercício de tentar construir sempre o momento atual e viver o presente", pondera.

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