Veículos do interior: ADI considera cenários diferentes de crescimento em 2021
Adair Gilberto Weiss, presidente da entidade, acredita que, enquanto alguns consolidam a adaptação tecnológica e digital, outros se mostram devagar

Os quase 30 veículos de imprensa afiliados da Associação dos Jornais Diários do Interior do Rio Grande do Sul (ADI-RS) registram cenários diferentes em relação ao crescimento em 2021, segundo a entidade. Enquanto alguns consolidam a adaptação tecnológica e digital - um dos pilares da atual gestão presidida por Adair Gilberto Weiss -, outros ainda estão devagar em relação a este segmento.
Os mais atentos perceberam a oportunidade com a adição de novas plataformas, o que possibilitou criar veículos multicanais, mais influentes e consumidos. Em exclusiva ao Coletiva.net, Adair observou que, de modo geral, os associados da ADI-RS perceberam que não adianta reclamar das mídias sociais ou de outras que ainda virão, mas sim, apropriar-se delas e fortalecer os negócios, por meio de curadoria, responsabilidade e inteligência. "Produzir o que é relevante para seus públicos é o caminho", explicou.
Conforme o executivo, que também é diretor do Jornal A Hora, de Lajeado, alguns veículos aumentaram seu faturamento, enquanto outros ainda vivem o reflexo da pandemia. Na sua opinião, o principal avanço dos jornais do interior em 2021 foi o início da percepção do público acerca das fake news. "Com a pandemia, as pessoas perceberam o valor e a importância do jornalismo local, e como este é necessário para a correta compreensão e informação nas comunidades", considerou o presidente da entidade.
Eventos para discussão de ideias
Ao longo do ano, alguns eventos foram promovidos pela entidade, a fim de debater costumes e mudanças a serem aplicadas nos veículos do interior do Estado. Um exemplo foi o congresso que ocorreu na cidade de Canela, que reuniu profissionais de imprensa e editoras de jornais. "O debate acalorado desnudou o Jornalismo laudatório e acomodado que impera em grande parte das nossas redações", afirmou.
Ainda sobre o congresso, Adir confessa que cansou de ouvir os proprietários dos jornais reclamarem do 'ranço nas redações', e os jornalistas de salário ou do trabalho. "Conversar mais, eis a lição para continuar relevante ao consumidor de notícias, e sustentável ao negócio. Agora cabe a cada um fazer o tema de casa. O recado foi dado, embora alguns já estejam em estágio mais avançado", considerou.
2021 muito melhor do que 2020
A ADI-RS considera que o ano atual foi melhor que o anterior em relação às responsabilidades que cada veículo precisa ter. "Penso que estamos terminando 2021 muito melhor do que 2020, culpando menos o mundo pelos eventuais insucessos. É preciso se indispor, assumir bandeiras necessárias e estratégicas. Demarcar posição. Todos devem trabalhar para gerar resultados, indiferente do cargo."
A entidade prefere não projetar o próximo ano, pois considera que a situação nacional é incerta. No entanto, sugere a união a respeito de adaptações e desafios que ainda virão para o fortalecimento e crescimento de todos. "Se é ruim para mim, também é para o outro. E a prova dos paradoxos são os prejuízos e os lucros extraordinários de diferentes companhias, muitas vezes nos mesmos setores, sejam pequenas sejam grandes", afirmou.