Sindjors manifesta preocupação com fim da edição impressa do Diário da Manhã Pelotas
Reportagem do Coletiva.net conversou com o diretor Hélio Freitag Júnior sobre as considerações da entidade

O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) publicou, nesta quarta-feira, 30, uma nota, em conjunto com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em que lamenta e demonstra preocupação com o encerramento do jornal impresso do Diário da Manhã Pelotas. No texto, assinado pela segunda secretária, Rosa Maria Pitsch, a entidade afirma que a decisão foi arbitrária, tomada sem conhecimento prévio dos funcionários. Informação diferente foi dada pelo diretor Hélio Freitag Júnior ao Coletiva.net e que foi publicada ontem, 30, no portal. Com o intuito de esclarecer a questão, a reportagem voltou a conversar com o gestor.
Na publicação veiculada no site da entidade, o Sindicato afirma que Rosa Pitsch entrou em contato com o presidente do DM, Hélio Freitag, e que "ficou sabendo do desligamento dos seus últimos dois jornalistas sem, no entanto, obter a garantia de uma data para que suas rescisões sejam efetivadas e os respectivos pagamentos quitados". Ainda, registra que "a notícia preocupa as diretorias das entidades ao perceberem a arbitrariedade da decisão, tomada sem conhecimento prévio dos funcionários do impresso".
Uma fala da presidente do Sindjors, Laura Santos Rocha, encerra o texto. Ao se colocar à disposição dos colegas desligados e dizer que acompanhará o caso, a dirigente observa: "O Sindicato e a Federação recebem com aflição a decisão, mais uma vez, de uma empresa no Rio Grande do Sul resolver encerrar suas atividades de forma unilateral e sem dialogar com a categoria e com a entidade sindical que representa as e os jornalistas".
O outro lado
Hélio Freitag Jr. explicou que dos seis jornalistas profissionais atuando no DM, apenas dois eram sindicalizados. "E mesmo assim, não tenho certeza, acredito que estavam afastados de qualquer atividade, seja de contribuição ou participação sindical. Isso, é claro, não inviabiliza a condição sindical desses dois jornalistas."
Ele ratificou que houve reunião sobre o fechamento da empresa, com todos os colaboradores do DM, da recepção à distribuição. "Todos acompanharam o processo que culminou com o encerramento das atividades e ninguém foi pego de surpresa." Conforme o executivo, as rescisões trabalhistas estão respeitando o devido processo legal e seus prazos.
Ainda, o executivo afirmou que o veículo não tem nenhuma relação com a atual direção do Sindicato, "que inclusive fechou o escritório em Pelotas e vendeu o patrimônio (sede própria) construído por todos nós, ao longo dos 40 anos de atividades na Zona Sul. Lamentamos o desrespeito do Sindijors com os profissionais de Pelotas e da Zona Sul", concluiu.
Confira a nota do Sindjors na íntegra:
Nota do SindJoRS e da Fenaj sobre o fim da circulação do jornal Diário da Manhã, de Pelotas
O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) lamentam a notícia que atingiu o setor de comunicação do nosso Estado na tarde desta quarta-feira, dia 29 de novembro de 2022.
O jornal Diário da Manhã, de Pelotas, em circulação há quase 44 anos, anunciou em um editorial que encerra suas atividades com o jornalismo impresso, mantendo, a partir de agora, apenas a versão digital da publicação diária.
A segunda secretária do Sindicato, Rosa Maria Pitsch, em contato com o diretor-presidente do DM, Hélio Freitag, ficou sabendo do desligamento dos seus últimos dois jornalistas sem, no entanto, obter a garantia de uma data para que suas rescisões sejam efetivadas e os respectivos pagamentos quitados.
Seguindo um processo de mudança do mercado de comunicação e informação, de acordo com a nota assinada por Freitag, os veículos de comunicação aram a enfrentar a concorrência e agilidade de novas tecnologias eletrônicas, atingindo o jornal, que já chegou a ter mais de 10 mil exemplares diários e cerca de dez jornalistas em sua redação.
A notícia preocupa as diretorias das entidades ao perceberem a arbitrariedade da decisão, tomada sem conhecimento prévio dos funcionários do impresso.
"O Sindicato e a Federação recebem com aflição a decisão, mais uma vez, de uma empresa no Rio Grande do Sul resolver encerrar suas atividades de forma unilateral e sem dialogar com a categoria e com a entidade sindical que representa as e os jornalistas", observa a presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, colocando-se à disposição dos colegas do DM e reiterando que acompanhará o caso para que profissionais desligados não saiam prejudicados.
Rosa Pitsch/Diretoria SindJoRS