Tarso fez primeira prestação de contas em palestra na Federasul
Governador disse que daria nota 7 para seu governo
Há muito tempo não se via tantos jornalistas, quase 30, entre repórteres e fotógrafos, em uma coletiva de imprensa na Federasul. Foram lá no final desta manhã para entrevistar o governador Tarso Genro, convidado para palestrar na primeira reunião-almoço do ano que a entidade promove sob o nome Tá na Mesa. Relacionamento com Dilma e o governo federal, metrô de Porto Alegre ("uma obra de grande importância para a região metropolitana"), a Assembleia Legislativa e o veto ao projeto dos pedágios estavam entre os assuntos tratados pelo governador.
Sobre o inquérito que indiciou sete pessoas envolvidas em depredações realizadas durante manifestações na Capital, Tarso falou que a Polícia Civil "não é soberana, mas autônoma para realizar inquéritos, o que ocorreu neste caso". Disse que acompanhou de perto o inquérito, "devido a sua importância", e não viu nenhuma anormalidade, "tanto que não houve nenhuma denúncia de qualquer tipo. E agora o Ministério Público vai dar o desdobramento devido. Os manifestantes serão processados não por integrarem partidos políticos, e sim por terem praticado delitos", afirmou.
A partir do tema Concertação Política e Desenvolvimento, Tarso fez um relato das realizações de seu governo, enfatizando que aquela era primeira prestação de contas que fazia, já considerando que seu mandado se encaminha para o final. Disse que encontrou um estado desestruturado, desarticulado com o governo federal, com estrutura de gastos engessada e gastos com sentenças judiciais sem previsibilidade. Uma das atenções especiais foi dada ao projeto de renegociação das dívidas dos Estados e municípios com a União. "Evidentemente eu não parei de acompanhar nem de articular politicamente a ação do bloco parlamentar que sustenta a necessidade de votação deste projeto. Em função de sinais bem claros e ostensivos de retomada do crescimento do País, estou convencido que votaremos o projeto até o final de abril", garantiu Genro.
A uma pergunta sobre o desempenho do governo, apresentada pelo presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, Tarso respondeu: "Alcançamos 70% das nossas ações e até o final do ano chegaremos a 85% e 90%. Eu nos daria nota 7 e sabemos que não é um mar de rosas", reconheceu o governador. E também enumerou os desafios que, segundo ele, o Estado enfrentará nos próximos quatro anos - estando, ou não, no comando do Rio Grande do Sul. Entre eles estão a reestruturação da dívida propriamente dita, a reforma tributária, o reforço da base industrial nacional com ampliação da inserção competitiva da economia global e a reforma política.