Conforme análises realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), afirma-se que pelo fato de plantas industriais estarem paralisadas e rotas de transporte de insumos e produtos interrompidas ou prejudicadas, as exportações da Indústria de Transformação gaúcha sofreram forte impacto negativo no mês de maio. Com isso, os resultados mostram que a retração foi de 19,3% na comparação com o mesmo mês de 2023, com queda em 18 dos 23 segmentos que realizaram embarques.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que teve suas operações interrompidas no início de maio, tem maior peso para as importações do que para as exportações. Em maio, foi exportado US$ 1,2 milhão pela Inspetoria da Receita Federal (IRF) do terminal, US$ 3,1 milhões a menos (-72,1%) do que no mesmo mês do ano ado. Quanto às importações, foram US$ 3,5 milhões em compras, valor US$ 37,5 milhões (-91,5%) menor ao verificado em maio de 2023.

O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, comenta que além de algumas fábricas da volta estarem fora de suas operações, a infraestrutura danificada contribui para outros custos para a indústria gaúcha, tanto em transporte como na produção. "A maior parte das plantas industriais está localizada em municípios atingidos pelo desastre climático", complementa.

Porém, mesmo com o registro de faturamento de US$ 1,2 bilhão com as exportações. De acordo com resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Indústria de Transformação do RS vendeu US$ 282,5 milhões a menos do que no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi influenciado diretamente por uma menor quantidade (-18,9%) de produtos enviados ao mercado externo, visto que os preços médios (-0,6%) variaram pouco.

De acordo com os números, o caso das enchentes contribuiu para aprofundar o desempenho negativo dos embarques da Indústria de Transformação. A pesquisa tem apresentado trajetória descendente desde janeiro de 2023. A queda de 36,5% (-US$ 214,3 milhões) no resultado do segmento de Alimentos (US$ 373,1 milhões) na comparação com maio de 2023, foi influenciada principalmente por uma menor quantidade (-34,2%) de mercadorias enviadas ao mercado externo.

Ainda foi possível ver, em segundo lugar, o segmento de Tabaco que apresentou US$ 206,5 milhões em exportações. A movimentação foi positiva visto o incremento de US$ 58,3 milhões nas receitas, mais 39,4%. O terceiro segmento com maior receita com exportações em maio, Químicos, apresentou faturamento de US$ 99,6 milhões, recuo de US$ 3,5 milhões (-3,4%). Também mostraram retração, no mês ado, Couro e calçados, veículos automotores, máquinas e equipamentos e produtos de metal. Sendo assim, é possível afirmar que o Estado gaúcho importou US$ 772,2 milhões em mercadorias, em maio. Isso corresponde a uma retração de US$ 540,9 milhões frente ao mesmo período de 2023 (-41,2%).