A comunidade da Vila Planetário, de Porto Alegre, representantes e voluntários da Organização Não Governamental (ONG) Misturaí vivem a expectativa de uma resposta da prefeitura da cidade sobre uma reivindicação da entidade. Trata-se da utilização da parte de um prédio atualmente desocupado na Casa de Artes Santa Terezinha, conhecida entre os moradores da localidade, no bairro Santana, conhecido como COPA. Nesta segunda-feira, 27, às 15h, uma visita de representantes da Secretaria de Governança deve sinalizar uma destinação do espaço público, ocioso há anos.  

"Já fizemos inúmeros pedidos para aproveitar esse espaço, compartilhar essa área", diz Tia Mara, presidenta da Misturaí. De acordo com ela, desde o governo ado eles estão enviando ofícios e participando de reuniões a fim de conseguir o espaço. "É muito frustrante não ter uma resposta, sendo que fazemos um trabalho que, se pensar bem, é um dever dos governantes", conta. 

O COPA fica no centro da Vila Planetário, a poucos metros da sede da ONG, que desenvolve projetos sociais na comunidade em áreas como educação, Cultura e geração de renda, sem contar a distribuição diária de refeições a pessoas em situação de rua ou em vulnerabilidade social. Só em quentinhas, a Misturaí já distribuiu quase 170 mil unidades. A ideia é ampliar os projetos na área Sociocultural, o que esbarra na disponibilidade de espaço. 

Atualmente, a ONG aluga salas para garantir aulas de música, educação ambiental e de reforço escolar para as mais de 40 crianças. São espaços pequenos, que impõem dificuldades às atividades, especialmente na pandemia, quando as medidas de distanciamento se tornaram necessárias. A expectativa das representantes da Misturaí é de que a reunião desta segunda-feira delibere sobre o futuro do COPA.

O prédio tem aproximadamente 200 metros quadrados, e a ONG tem interesse na utilização de duas salas que totalizam 54 metros quadrados. O uso dessas salas não interferiria na ocupação atual do outro prédio da Casa de Artes Santa Terezinha, maior e com dois andares.

Tia Mara explica que é importante a entidade estar dentro da comunidade. "Não adianta irmos para outro lugar se é aqui que atuamos dia a dia, oferecendo refeições, apoiando as famílias e discutindo os problemas das pessoas." Ela coloca ainda que olhar para aquele espaço fechado, não tem como não ficar triste. "Sabendo que poderíamos estar ali fazendo coisas maravilhosas",  lamenta.