Com o título 'Por um Fio', inaugurará, nesta quinta-feira, 17, às 19h, a exposição da artista visual Susan Mendes dentro da 13ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre. Em 26 obras feitas em papelão, a autora aborda a vida das mulheres que se tornam vítimas da violência direta, indireta, física e moral e a consciência do perigo que cerca o gênero e a sexualidade. A mostra, que tem curadoria de Ana Zavadi, ficará aberta até 17 de dezembro no Ateliê Susan Mendes (Rua Felipe Becker, 431 - Três Figueiras).

Com uma produção sustentável, o papelão corrugado - usado em caixas descartadas-, é reutilizado ao lado de tecidos, madeiras, fibras siliconadas, tintas, colagens e espelhos. No processo de lixar e rasgar o material, Susan reflete a mulher real com suas curvas e cicatrizes e a autoimagem feminina sem a imposição de padrões e estereótipos. Como parte da exposição foi feita durante a pandemia, em 2020, a profissional também mostra o confinamento e a solidão.

Conforme a artista, a exposição é um chamado para que os indivíduos olhem para si a partir da perspectiva da vida e da arte. "Meninas e mulheres sabem: quem somos está constantemente sendo tirado de nós. É preciso falar da aceitação da mulher como ela é. Uma mulher possível, de verdade, que, mesmo nas situações em que se vê por um fio, acredita na potência das suas imperfeições e na liberdade de ir e vir."

'Por um Fio' acontece no Ateliê Susan Mendes, casarão que abrigou a família da artista por 36 anos e foi transformado em um espaço que recebe alunos para estudos sobre arte contemporânea. "A casa foi ressignificada como arte. É um lugar com alma, onde todos se sentem muito à vontade para trabalhar em seus processos criativos. Já tivemos cursos de pintura, figuras humanas, tapeçaria, criatividade na arte, e temos muito a fazer para 2023", explica.

A artista

Com mais de 30 exposições em museus, universidades, acervos e instituições culturais, como o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs), Susan atua há 40 anos com figuras femininas e a luta contra a imposição de padrões e estereótipos naturalizados pela sociedade. Mais informações sobre a autora e a exposição podem ser conferidas neste link.