Candidatos gaúchos ao Senado participaram de segundo eleitoral da Federasul

No evento realizado na quarta-feira, 17, concorrentes responderam a perguntas e receberam proposições da entidade

Candidatos ao Senado participaram de evento da Federasul - Rosi Boni

O 'Tá na Mesa' da Federasul, recebeu, na última quarta-feira, 17, seis candidatos do Rio Grande do Sul que concorrem a uma vaga no Senado Federal. Airto Ferronato (PSB); Ana Amélia Lemos (PSD); Comandante Nádia (PP); Hamilton Mourão (Republicanos), Olívio Dutra (PT) e Professor Nado (Avante) participaram do terceiro eleitoral promovido pela entidade. Na oportunidade, responderam a questionamentos elaborados com ajuda de filiados e receberam as proposições da organização.

Na abertura do encontro, o presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, afirmou que é preciso levar o desenvolvimento e a inovação para todas as regiões do Estado, "valorizando suas potencialidades, mas integradas a um projeto com foco em um futuro melhor para o povo gaúcho". As perguntas feitas aos políticos foram definidas em sorteio. Os candidatos também tiveram oportunidade para fazer suas considerações iniciais e finais. 

Confira abaixo os questionamentos e as respostas dos postulantes ao cargo federal:

1 - Um dos grandes problemas do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos anos tem sido a falta de água, que afeta diretamente a Agricultura, responsável por cerca de 40% do PIB gaúcho. No Senado, qual será sua proposta para o tema (armazenamento, irrigação, políticas, incentivos, etc)?

Hamilton Mourão: Precisamos buscar investimentos para irrigar nossas terras e uma das alternativas é fazer uma profunda verificação nas renúncias fiscais. Se recuperarmos R$50 bilhões dos R$370 bilhões hoje perdidos, teremos condições de investir esses valores na construção de barragens e açudes. Outra possibilidade é adquirirmos tecnologia para a distribuição correta das águas do Aquífero Guarani. Precisamos encontrar alternativas para quem produz, nosso agro não pode ser afetado pela seca.

2 - O Brasil é um dos países que mais gasta com salários e previdência dos servidores públicos no mundo. Como apoiará a Reforma istrativa? Caso positivo, com qual conteúdo?

Comandante Nádia: Temos que buscar o equilíbrio das finanças, equiparando as despesas com as receitas. A reforma istrativa precisa avançar com um olhar mais justo. E depois dela precisamos avançar na reforma tributária, combater a pirataria, os gastos exacerbados, os maus pagadores. Além disso, a reforma precisa estar pautada na fiscalização. Somente assim, com um trabalho árduo conseguiremos criar um ambiente amistoso para quem quer empreender.

3 - Infraestrutura é fator essencial para o desenvolvimento. Como pretende contribuir para melhorar a infraestrutura no Estado?

Professor Nado: Para recuperarmos a capacidade de investimentos precisamos rever a dívida do Estado com a União. Acredito que o Estado já pagou quatro vezes o valor original da dívida e isso é inissível. Sendo assim, não temos como tratar de investimentos sem equacionar a dívida. O próprio Governo armou uma armadilha e promoveu o estrangulamento das finanças do Rio Grande do Sul. Teve tempo e não resolveu, apenas colocou sua mão severa sobre os servidores, acabando com planos de carreira.

4 - A alta carga tributária é um grande inibidor do desenvolvimento. No Senado, apoiará a Reforma Tributária? Em caso positivo, com qual conteúdo?

Ana Amélia Lemos: A reforma tributária é crucial e deve ser tratada com racionalidade. Diante da complexidade dos temas, se não fizermos a reforma istrativa e a reforma tributária no início da gestão, dificilmente conseguiremos fazer depois. Existem muitos conflitos de interesses entre União, Estados e Municípios que precisam ser enfrentados. Além disso, existem também conflitos entre diferentes segmentos da economia que precisamos enfrentar.

5 -  A geração de emprego é a melhor política social de um governo. No Senado, como pretende contribuir para incrementar a competitividade das empresas gaúchas, bem como para que o nosso Estado possa manter e atrair mais investimentos, nacionais e internacionais?

Airto Ferronato: Acredito que precisamos aumentar a competitividade das empresas gaúchas por meio de mais investimentos para o Estado. Defendo duas grandes molas: investimentos em cursos profissionalizantes que atendam às necessidade das comunidades em que estão inseridas as escolas e uma política de preservação das pequenas empresas. Atualmente 95% das micro vão à falência ao completarem três anos de existência.

6 - Em 14 anos (2007-2011), o Rio Grande do Sul caiu da 3ª para a 15ª no ranking da educação pública no país. A taxa de abandono escolar em 2021 cresceu, se comparada ao ano anterior, e no Estado ficou em 10,7%, considerando apenas a rede pública de ensino. O índice, segundo os dados do Instituto de Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é quase o dobro da média nacional, que registrou 5% de abandono no mesmo período considerando todas as escolas (e 5,6% analisando somente instituições públicas). Considerando esse contexto, no Senado, como pretende trabalhar para melhorar a educação no Estado?

Olívio Dutra: Precisamos de educação pública de qualidade em todos os níveis. Para isso devemos pensar em desenvolvimento integrado equipando bibliotecas e laboratórios. Além disso, temos que criar parcerias com as comunidades onde as escolas estão localizadas e também com as redes de escolas privadas. Temos que investir em boa e justa remuneração para os professores e ainda na infraestrutura em torno das escolas. Tudo isso para que os alunos possam crescer em ambientes com democracia social e distribuição de renda.

Proposições

O documento denominado 'Proposições aos candidatos ao Senado pelo Estado nas eleições 2022' foi entregue pelo presidente da Federasul aos candidatos. As sugestões foram elaboradas por membros do Conselho com a participação das filiadas. A edição apresenta  pautas identificadas como fundamentais para incrementar o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul. 

Com 10 páginas, elas foram organizadas em cinco blocos: educação, saúde e segurança; equilíbrio fiscal; modelo de gestão; política de desenvolvimento e inovação. Depois da explanação dos políticos, além desses, foi acrescentado ainda um item com duas recomendações: priorizar soluções para a falta de água no Estado e buscar alternativas para o Banrisul, que tem perdido, significativamente, valor de mercado ao longo dos últimos anos.

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