Zeca Brito, diretor de 'Hamlet', revela sentimento de receber cinco Kikitos em uma noite

Filme recebeu os principais troféus da premiação de longas gaúchos no último dia do Festival de Cinema de Gramado

Cineasta Zeca Brito em discurso durante a premiação do Festival de Cinema de Gramado - Crédito: Edison Vara/Agência Pressphoto

Sábado, 19, ocorreu o encerramento do Festival de Cinema de Gramado, com a cerimônia de premiação dos longas-metragens brasileiros, documentais e gaúchos. O destaque da premiação dos filmes regionais foi a obra 'Hamlet', dirigida por Zeca Brito, que levou para casa cinco kikitos: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, para Fredericco Restori, Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Zeca Brito conversou com a equipe da Coletiva.net logo após o término da cerimônia para falar sobre o sentimento de encerrar a noite com tantos prêmios. "O nome do que estou sentindo agora é emoção. Emoção de ser um realizador do audiovisual brasileiro acolhido e abraçado pelos colegas, com a certeza de que a persistência e a luta valem a pena. Todo mundo tem que sonhar mais e ao acordar tentar mudar o mundo."

Na entrevista, o diretor ponderou sobre o desejo para os próximos meses. "Que seja um futuro longo com muitos filmes, muitos amanheceres e noites de lua cheia." Natural de Bagé, Brito falou que, para ele, a cidade é o centro do mundo: "eu ando orbitando e dando voltas por aí, mas o meu centro se chama Bagé".

Durante a premiação, o diretor subiu ao palco para receber o Kikito de Melhor Fotografia e fez questão de prestar homenagem a Ivo Czamanski, fotógrafo de 81 anos que faleceu no mesmo dia. "O Cinema brasileiro perdeu um de seus maiores fotógrafos. Um homem que dedicou mais de 60 anos de sua vida ao Cinema brasileiro, que estava no ano ado aqui no palco recebendo uma homenagem pela trajetória de vida. Hoje, ele nos deixa, mas com uma filmografia belíssima." 

Aproveitou também para dizer que a câmera pode ser uma caneta, mas jamais uma arma. "Ela serve para a gente escrever e reescrever a história. Esse é um filme de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, essa é a lição do Cinema brasileiro. Vamos pegar a câmera e agir." 

Quando levantou o kikito de Melhor Direção, fez um agradecimento extenso ao festival, júri, elenco, à curadoria e aos colegas diretores, incluindo também os pais, que são diretores de teatro. Afirmou também que a arte e cultura são a base para um país igual e justo. "O que a gente fez nesse filme foi ir para a escola com os estudantes que estavam ocupando para mostrar que o modelo das grades não serve para a sala de aula. A sala de aula é espaço para arte". 

Além disso, enalteceu também as visitas aos alunos do diretor Jean-Claude Bernardet, para conceder uma aula sobre o Cinema, e da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi ao encontro dos estudantes para receber as pautas "ignoradas pelo secretário estadual de Educação e governador". No final da noite, por fim, recebeu o prêmio de Melhor Filme. "Vamos fazer carnaval e festa. Vamos fazer Cinema. Ano que vem vai ter muito filme nesse Festival."


A equipe de Coletiva.net acompanha  o 51º Festival de Cinema de Gramado, realizado de 11 a 19 de agosto, na Serra Gaúcha. Nessa edição, o apoio é da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que enviou quatro estudantes de Jornalismo e Produção Audiovisual para reforçar a cobertura. O público pode conferir matérias e entrevistas exclusivas sobre o evento no portal, repercutidas nas redes sociais - Facebook, Twitter e Instagram -, além de drops em Coletiva.rádio. Além disso, haverá conteúdos produzidos especialmente para a Coletiva.tv.

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