A jornalista Kelly Matos viveu um momento especial na carreira, ao realizar sua primeira cobertura internacional: o Oscar 2025. Com 19 anos de experiência no Grupo RBS, ela foi a responsável por levar aos ouvintes da Rádio Gaúcha todos os detalhes de um dos eventos mais importantes do Cinema mundial. Mais do que uma cobertura jornalística, essa vivência representou uma jornada intensa, repleta de desafios, superação e entrega total. 

Em entrevista exclusiva ao portal Coletiva.net e às vésperas do Dia Internacional da Mulher, ela contou sobre a oportunidade em participar da premiação que consagrou 'Ainda estou aqui' na categoria 'Melhor Filme Estrangeiro'. Ainda creditou às mulheres, como Fernanda Torres, Eunice Paiva o protagonismo do momento.

Durante a entrevista, ela contou que no dia que embarcou, gravou um projeto especial para o Dia da Mulher, com Eduarda Streb, Lisiane Lemos, Maíra Gatto e Patrícia Pontalti: "Foi incrível. Eu viajei com a força destas quatro mulheres comigo, fui fortalecida por essa energia feminina", reconheceu. 

Kelly destacou o talento, inteligência e carisma de Fernanda Torres, indicada ao prêmio de melhor atriz, e Eunice Paiva, figura central na história que inspirou o filme brasileiro. "Quando recebi o convite, fiquei surpresa e com frio na barriga. A Rádio Gaúcha é uma potência, mas é uma rádio do sul do Brasil. O quanto de o a gente conseguiria no Oscar?", questionou-se. 

O receio, no entanto, logo deu lugar à determinação. Movida por seu compromisso com a informação, a jornalista correu atrás, contratou assessores, infiltrou-se em eventos e garantiu espaço no tapete vermelho. "A gente chegou na Fernanda Torres, no Selton Mello, no Walter Salles, que entrou ao vivo na Gaúcha, assim como o Francisco, neto da Eunice Paiva. Foi uma experiência espetacular", relembrou. 

"Missão de contar cada detalhe"

A dedicação da jornalista se refletiu na intensidade do trabalho realizado. Com fuso horário adverso, diferença de cinco horas em relação ao Brasil, e com uma média de duas horas de descanso por noite, ela se entregou para garantir a melhor cobertura para os ouvintes da Gaúcha. "Eu tinha a missão de contar cada detalhe. Fosse às duas da manhã (no horário de Los Angeles) no tapete vermelho, às três vendo a estrutura sendo montada ou às cinco da manhã no Timeline, eu estava lá", recordou.

Kelly traçou um paralelo entre sua trajetória e a de Fernanda Torres na campanha pelo Oscar. Assim como a atriz se entregou à divulgação do filme, percorrendo o mundo para conquistar votos, a jornalista se empenhou para fazer jus à oportunidade de estar ali. "Mesmo cansada, eu sabia que tinha que estar presente. Era minha missão levar essa história para os ouvintes!". 

Preparação para o Oscar

Na reunião preparatória para a cobertura, Kelly ouviu que a proposta era mostrar o clima da festa, dos brasileiros, da torcida e do Oscar porque "esta é a missão da Gaúcha, estar no lugar onde as coisas acontecem". Ela destacou que compreendeu que sua tarefa não era de ser crítica de Cinema, mas mesmo assim assistiu aos filmes.

Além disso, conversou com especialistas para entender quais eram os pontos fortes e fracos das categorias em que o Brasil disputava: 'Melhor Atriz', 'Melhor Filme' e 'Melhor Filme Estrangeiro'. Já a análise crítica ficou a cargo do colega Ticiano Osório. "Recebi uma devolutiva muito boa dos ouvintes, contando que se sentiam junto comigo no Tapete Vermelho, do orgulho de ter o Rio Grande do Sul no meio da maior premiação do Cinema", exaltou. 

Kelly contou, ainda, que fez a lição de casa e estudou muito, conversando com mais de 15 pessoas, entre jornalistas, especialistas que cobrem a indústria do Cinema e com o Consulado de Los Angeles para entender como os brasileiros estavam se organizando para torcer. 

Ela também releu o livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice Paiva, 'Ainda estou aqui'. "Eu realmente me preparei e entreguei tudo que era possível", conclui a jornalista, que usou um modelo assinado pela estilista gaúcha Adriana Kavietz durante a premiação.