Narrativas sensíveis em tempo de transformação: Flávia Moraes reflete sobre o futuro do Audiovisual, em conversa com a Nova Coonline
Em um cenário de constantes mudanças, profissional fala sobre como o setor pode manter sua relevância

O coletivo Nova Coonline recebeu, em seu mais recente episódio, a ex-publicitária, cineasta, jornalista, realizadora, produtora e diretora de filmes, documentários e concertos musicais Flávia Moraes para uma conversa inspiradora sobre o Audiovisual e as mudanças no setor. Com uma carreira que transita entre a Publicidade, o Cinema e a produção de grandes eventos, Flávia compartilhou histórias de bastidores e reflexões sobre o impacto da inovação tecnológica na maneira como contamos histórias. Ela, que tem uma importante agem pelo Grupo RBS, onde ficou por cerca de dois anos, e coordenou um projeto de inovação a partir do estudo 'TheComunnicationRevolution' que originou OCTO.
Como usual, o comunicador José Antonio Vieira da Cunha conduziu o debate. Desta vez, estavam presentes os seguintes profissionais de imprensa: Elaine Lerner, Eugênio Bortolon, Fraga, Geraldo Hasse, Ivanir Bortot e Sarah Acosta.
Entre os projetos abordados, o documentário 'Bituca', que acompanhou a turnê de despedida de Milton Nascimento, ganhou destaque. "Foi um mergulho profundo na essência de um dos maiores artistas brasileiros, com uma abordagem sensível e vibrante que traduz o significado de sua arte para o mundo", comentou Flávia. O filme, que mistura performances musicais e depoimentos, é um exemplo de como o Audiovisual pode capturar a alma de um ícone cultural, dialogando com diferentes gerações.
Narrativa em tempos de mudanças
Durante o bate-papo, Flávia discutiu como a evolução tecnológica tem transformado a maneira de como produzimos e consumimos conteúdos. Para ela, o desafio vai além de dominar novas ferramentas. Em sua visão, "é preciso preservar a autenticidade das narrativas em um mundo saturado de informações". "A tecnologia é fascinante, mas o coração do Audiovisual continua sendo a conexão humana. Sem isso, perdemos o sentido da Comunicação", afirmou.
O documentário de Milton Nascimento ilustra bem esse equilíbrio. Ao mesmo tempo em que faz uso de recursos modernos de captação e edição, mantém o foco na essência do artista. Flávia acredita que esse é o caminho para o futuro: uma fusão entre o novo e o tradicional, onde a tecnologia potencializa, mas nunca substitui, a emoção de uma boa história.
Audiovisual como espelho cultural
A cineasta também destacou a responsabilidade do Audiovisual como um espelho da cultura e da sociedade como um todo. Em um momento de tantas transformações, Flávia enxerga no Cinema e na Publicidade uma oportunidade de questionar, provocar e inspirar. "O Audiovisual tem o poder de eternizar momentos e sentimentos. É nossa chance de capturar a complexidade da vida e apresentá-la de maneira universal", disse.
Além disso, Flávia ressaltou o papel social do setor na preservação da memória cultural. Ela citou como o documentário 'Bituca' não apenas celebra a carreira de Milton Nascimento, mas também documenta momentos históricos da música brasileira, trazendo reflexões sobre a trajetória de uma das personalidades mais marcantes da MPB.
Jornada como aprendizado contínuo
Ao longo da conversa, Flávia compartilhou lições que aprendeu ao longo de sua carreira. "O Audiovisual me ensinou a ouvir mais, a observar o mundo com outros olhos e a entender que cada pessoa tem uma história única para contar", revelou. Para ela, o aprendizado nunca termina, e cada novo projeto é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Flávia também mencionou como sua experiência no mercado publicitário contribuiu para sua visão inovadora no Cinema. "A Publicidade me deu agilidade e uma perspectiva estratégica que se traduz no jeito como conto histórias no Audiovisual", explicou. Essa união de habilidades é algo que ela acredita ser essencial para quem deseja atuar no setor em um mercado cada vez mais competitivo.
Ao encerrar, Flávia deixou um conselho para quem deseja ingressar no meio. "Mantenham a curiosidade acesa e o coração aberto. O Audiovisual não é apenas sobre técnica, é sobre empatia e humanidade. Sejam ousados, contem histórias que realmente importem e nunca parem de sonhar", finalizou.
Confira o bate-papo na íntegra: