A Meta visa transformar a publicidade digital com o 'Advantage+', um novo sistema que visa facilitar campanhas, aumentar as ofertas e reduzir o trabalho manual dos anunciantes. Utilizando Inteligência Artificial (IA), trata-se de uma ferramenta que aprimora a segmentação de público. Além disso, o objetivo é testar automaticamente diferentes formatos de anúncios e ajustar os investimentos com base no desempenho das ações.

No entanto, comentários nas redes sociais, sobretudo no X - antigo twitter -, dão conta que esse alto nível de automação pode ter um efeito colateral: a criação de uma bolha. Com a segmentação cada vez mais precisa, os anúncios tendem a ser exibidos repetidamente para os mesmos usuários, diminuindo a diversidade de públicos e limitando a descoberta de novos produtos. Como consequência, o custo para atrair clientes pode aumentar, já que as empresas competem por um grupo de consumidores. 

Outro ponto dos comentários é a falta de transparência no funcionamento do sistema. Como os algoritmos tomam decisões sobre segmentação e ajustes de campanhas, os anunciantes perdem visibilidade sobre os fatores que impulsionam os resultados. Essa opacidade dificulta a criação de estratégias inovadoras e pode tornar as marcas excessivamente dependentes da tecnologia.

Lucas Liberato, estrategista de Marketing da plataforma de gestão de pagamentos Portão 3 (P3), explica que o equilíbrio entre automação e controle humano é essencial para evitar armadilhas. "A tecnologia é uma aliada poderosa, mas, se os anunciantes não mantiverem um olhar estratégico sobre suas campanhas, correm o risco de saturar o público e perder oportunidades de crescimento", diz.

Ainda que o 'Advantage+' represente um avanço na otimização da Publicidade, seu impacto a longo prazo ainda é incerto. Para que a inovação não se transforme em um problema, as marcas devem adotar uma abordagem que combine inteligência artificial com criatividade e análise humana, a fim de garantir campanhas mais eficazes e sustentáveis.