"Somos humanos inéditos", defende Dado Schneider em palestra para lojistas

'Estamos no café da manhã do futuro' foi promovido pelo Sindilojas

O professor relaciona a situação de hoje com o mesmo período do século XX - Reprodução

Promovida pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), a palestra 'Estamos no café da manhã do futuro' aconteceu na manhã de hoje, 18. O evento foi uma edição especial do 'Café com Lojistas', que aconteceu durante a 8ª Feira Brasileira do Varejo (FBV). Com transmissão on-line e aberta ao público, o doutor em Comunicação Dado Schneider abordou a onda de mudanças que se prevê para esta década. Segundo o professor, a pandemia acelerou a necessidade de entender e aceitar o mundo como horizontal. "Somos humanos inéditos, porque estamos ando primeiro por esse processo de aceitação. Desculpem a expressão chula, mas na horizontal todo mundo é igual", salientou.

Conforme mencionou, diferentemente do século ado, atualmente não nos diferenciamos pela idade, mas pela mentalidade. Ou seja, não é mais a questão hierárquica que é importante para a tomada de decisões, mas o quanto estamos abertos para nos adaptarmos às atuais e futuras mudanças. "O futuro é de quem resolveu se permitir a viver no século vinte e um", abordou. Para ele, uma diferença importante de ado e presente é o fato de que não é mais aceitável que cada um faça somente o que é sua demanda, o que é pago para fazer. "Tudo é problema de todos. Estamos no mesmo barco", defendeu. Dado relaciona o momento que estamos ando com a revolução industrial: "lá o 'boom' foi a eletricidade, aqui é a pandemia."

Mantendo os participantes focados na palestra com o estalar dos dedos, o professor indicou a série 'As Telefonistas', disponível na Netflix. Segundo ele, ao assistir é possível perceber alguns traços de como se deram as mudanças na década de 1920. "Precisei revisitar a época através de conteúdos para entender o que pode acontecer neste milênio", sinalizou. Durante suas aulas, Dado relatou que dizia aos alunos que o lado bom deste século é que não teríamos guerras. "Ninguém contava com a pandemia", explicou. Para ele, este momento é importante porque ninguém se acomodou, estão todos revendo conceitos e princípios que eram ditos imutáveis. Em sua opinião, este foi o marco que fez com que o século XXI realmente se instaurasse. "Para quem tem clientes, isso significa que não adianta estar disposto a atender. É preciso suprir na velocidade das necessidades", analisou. 

Ao se encaminhar para o encerramento, Dado sinalizou aos participantes que este momento é a adolescência do século XXI. "Não estamos cem por cento, mas já conseguimos prever o que irá acontecer e onde iremos estar nos próximos anos", elucidou. O palestrante conduziu o momento com uma analogia, onde a humanidade é um 'carrinho de fricção', que está pegando impulso para disparar. "Com esta informação, digo: virem-se! Vão à luta! Busquem conhecimento", encerrou.  

Dado Schneider é pós-graduado em Marketing pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, além de ser mestre e doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Nos primeiros 20 anos de sua carreira, trabalhou em agências nacionais de Publicidade, como MPM, Ogilvy e DM9. Depois, tornou-se executivo de Marketing da Claro e consultor de outras empresas. Também escreveu 'O mundo mudou... Bem na minha vez!'.

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