'Dia da Visibilidade Trans': Multivozes ressalta a importância da representatividade durante o ano todo

Espaço voltado para diversidade e inclusão na Comunicação tem potencializado vozes

Crédito: Coletiva.net

O dia 31 de janeiro é reconhecido como o 'Dia da Visibilidade Trans'. A data marca um momento de luta por direitos, reconhecimento e dignidade para pessoas trans e travestis em todo o país. Entre os desafios enfrentados por essa população está o o ao mercado de trabalho. Segundo a pesquisa 'Demitindo Preconceitos', realizada pela consultoria Box1824 e a ONG Transempregos, 90% das pessoas transgênnero no Brasil afirmam que já sofreram discriminação em entrevistas de emprego. Além disso, conforme dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mais de 70% das pessoas trans estão em situação de vulnerabilidade social, sem o a trabalhos formais.

Nesse contexto, a Comunicação tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa. O Multivozes, espaço do portal Coletiva.net voltado à diversidade e inclusão, tem como compromisso reverberar vozes diversas e contribuir para uma representação mais plural. Com isso, acredita-se no poder da escuta, da empatia e da inclusão para transformar o mercado e a sociedade como um todo. "Nosso compromisso é cotidiano. Ao longo dos últimos meses, o Multivozes publicou entrevistas com profissionais trans que compartilham suas trajetórias e vivências com generosidade", diz o curador do projeto, Luan Pires

Conteúdos do contexto

A professora do curso de Publicidade e Propaganda e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Ale Primo, por exemplo, contou como foi sua transição: "A população de pessoas trans acaba marginalizada pela sociedade. Isso me assustava. Eu fiquei performando essa persona masculina por medo. Hoje, por coragem, uso minha voz para clamar por respeito". Além disso, ela destaca: "Nós não temos equidade no Brasil, às vezes mesmo merecendo, uma pessoa não consegue ascender por ser negra, da comunidade LGBTQIA+. Mas hoje os jovens reconhecem mais as diferenças. Tem conversas mais abertas, debates mais respeitosos. Isso é fundamental", conclui.

Já Mands, comunicadora trans não-binária atuante no mercado de publicidade, destacou em sua entrevista a importância das trocas construídas com empatia e ações concretas dentro das empresas: "Já trabalhei em muitas agências e, em geral, as pessoas acham que inclusão é abrir vagas afirmativas, só que é preciso saber o que você está trazendo para essas identidades dentro da empresa para realmente incluir. Você entende quem são essas identidades ou está aberto a ouvi-las?". Mands também ressalta a importância da empatia, afirmando que "é mais do que nos etiquetar com um pronome e usar ele sempre, como se fosse algo memorizado. Pergunta para a pessoa: Prefere ela? Posso usar ele? Uso só delu? Posso ir variando?", exalta.

Em datas como o 'Dia da Visibilidade Trans', acredita-se ser fundamental dar destaque a essas vozes, mas mais importante ainda é garantir espaço e escuta ao longo de todo o ano. "No Multivozes, seguimos reafirmando: a diversidade se faz todos os dias. Representatividade importa sempre", finalizou Luan.

Confira as entrevistas completas:

Diversidade e Comunicação: Entrevista com Alessandra Primo e sua jornada de transição

Diversidade e Comunicação: Mands e a troca feita com empatia e ações


Essas matérias fazem parte de um conteúdo especial do Multivozes, conduzido pelo curador do projeto, Luan Pires, e produzido por Anie Gabriel, produtora Multimídia de Coletiva.net. Mensalmente, o jornalista publica uma entrevista exclusiva com o entrevistado do podcast. Para conferir os conteúdos completos, basta clicar neste link

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