Matar em nome da vida 162542

Estou aqui escrevendo este texto, roendo uma maçã Fuji e tentando me distrair e não telefonar para a clínica onde Occhi, o cachorro da … 2c2i3z

06/02/2009 00:00

Estou aqui escrevendo este texto, roendo uma maçã Fuji e tentando me distrair e não telefonar para a clínica onde Occhi, o cachorro da minha filha (e filho de Docinho, que tirei do Morro de Santa Teresa em 2006), está na mesa de cirurgia, numa clínica veterinária da Zona Sul. Aliás, Occhi é um dos seis filhos que Dodô teve aqui em casa, pouco mais de um mês de a termos adotado e amado de cara. Ela e os filhotes estão no youtube e no blog que criei para Docinho. 364hc

Para quem adora cotejar seres humanos com fome e desassistidos e animais de estimação bem-tratados apontando a injustiça do ato, um pedido: pode parar de ler por aqui. E a quem enviar críticas para publicação aqui, um aviso: vão levar paulada.

Adiante, então, com mais dois pontos: se estou aflita porque um vira-latas está na mesa de cirurgia e pode sair de lá muito bem como não sair ou voltar para casa com algum problema, imaginem o que sinto ao ler a história do pai que sequestrou a filha  de um hospital, na Itália, para lhe dar ?uma morte digna?.

Eluana Englaro está em coma há anos e quem defende a eutanásia já usa frase do tipo ? a religião obrigou o pai a carregar a filha morta em vida nas costas?, etc etc. São em geral as mesmas pessoas que alegam razões humanitárias para desligar aparelhos e ir deixando morrer de fome um corpo cuja presença está, na verdade, incomodando os que podem andar, rir, chorar, trair e coçar.

Fizeram o mesmo com Terri Schiavo,  lembram? O marido jurava que ela tinha pedido para nunca ficar em coma e ter aparelhos desligados. A mãe e o pai se desesperavam afirmando o contrário. Nunca vou esquecer a foto desta mulher, com olhar de pedido de socorro. Mas mandaram matar e fim. E tem mais: nem os médicos sabem se ela vai sofrer neste processo de ?morte digna?.