Está no site do Figaro: a ANPAA (Association Nationale de Prévention en Alcoologie et Addictologie - Associação Nacional de Prevenção ao Alcoolismo e Adictologia) sa conseguiu retirar da copa do mundo de rugby toda a publicidade da Heineken. A medida é anunciada como um golpe duro para a gigante da cerveja holandesa. 4c1c5s
O Tribunal de Grande Instance de Paris ordenou a retirada das ruas e de 250 cafés da capital sa de todo o material publicitário declarado ilícito. Isso em 48 horas. Os cartazes em verde, uns ostentando o nome da bebida acompanhado de uma estrela vermelha de cinco pontas com um halo branco, e outros com copo de cerveja identificando a marca, foram considerados contrários à lei Evin de 1991, que limita a publicidade de álcool no país.
Ainda tem a multa: 5 mil euros por infração constatada.
Num país que gosta de levar a lei a sério, a reação da advogada da associação, Catherine Giafferi, foi de absoluta naturalidade: "Trata-se de uma boa decisão que não faz mais que aplicar o texto da lei".
Vivi Hollirtt, porta-voz da empresa, fazendo o estilo educado-inconformado, diz que ?o fabricante fez o possível para se adequar à lei?.
Quanto à International Rugby Board (IRB), que sofre por tabela com a medida que atinge um patrocinador importantésimo, afirma que não tem intenção de reagir à decisão, que já foi aplicada inclusive ao site do evento.
A derrota da Heineken não é o único problema que atingiu o evento que tem a mesma importância para os europeus que a copa mundial de futebol para o Brasil. Houve uma tentativa, liderada pela AFP, de boicote à cobertura que foi contornado às vésperas da abertura da festa graças a um acordo entre o IRB (organismo maior do esporte) e a coalizão de mídias (40 empresas), composta, sobretudo, por agências de imprensa internacionais. Pelo acordo que colocou fim à muvuca midiática, foi autorizado o uso na web de 200 fotos por partida contra as 50 que seriam o limite.
Mídias e organizadores já deixaram agendado um encontro para depois da competição a fim de discutir os direitos de cada lado - leiam-se lucros -, questões de patrocinadores e visibilidade. O que estava em jogo, porém, oficialmente, segundo os representantes de veículos, era um "atentado à liberdade comercial e de informar".
Já havia um antecedente para provocar o movimento: durante a Copa da Itália, a Fifa fez um acordo de exclusividade com o Yahoo para direito de cobertura eletrônica. Por esse canetaço, todas as outras mídias ficavam proibidas de divulgar imagens durante as duas horas seguintes ao apito final de cada partida. E ficavam na mão, em última instância, da Fifa.
Graças ao direito de autor, comenta Guillaume Champeau, do site Ratatium.com, e ao direito de marcas, as entidades responsáveis pela organização dos grandes eventos esportivos têm por princípio a exclusividade dos direitos de transmissão, que elas cedem aos melhores pagantes. "Com as novas tecnologias e a possibilidade de cada um criar e divulgar as imagens, os donos da bola decidiram ir deixando de lado, cada vez mais, as mídias tradicionais, se reservando à parte do leão." Lembra o articulista francês que a Liga Profissional de Futebol de seu país, a partir desta deixa, quis criar seu próprio serviço de VOD, ou seja, sua própria cadeia de televisão. "As tensões entre as mídias e as federações e ainda as associações esportivas se acentuam ano a ano", acrescenta.
Por aqui, alguém já viu este filme?