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Eu dirigia, em 1969, na Standard Propaganda, Rio, o grupo que atendia à conta da Shell. Naquela época, a Esso, com 3 mil postos … 4f1a5t

12/06/2006 00:00

Eu dirigia, em 1969, na Standard Propaganda, Rio, o grupo que atendia à conta da Shell. Naquela época, a Esso, com 3 mil postos de serviço, era a 5ª conta de propaganda do país. A Shell, com 2 mil postos, era a 6ª conta. 16j35

Logo no início daquele ano, aprovamos toda a campanha na qual os "Mutantes" eram os personagens contratados. Eu estava condenado a ar muitos meses apenas acompanhando a produção e assinando pilhas de papéis. Como não sou burocrata nem gosto de trabalhar pouco, procurei sarna pra me coçar.

Tive, então, o já não tão famoso "estalo de Vieira" e, pelo menos por um período, deixei de ser um burro irrecuperável. Esse estalo foi a lembrança que 15 meses depois - em 1970 - haveria a primeira Copa do Mundo a ser televisionada. Estudei o assunto e - por motivos mercadológicos, ligados ao gráfico de vendas do diesel e da gasolina - concluí que não seria vantagem comprar uma cota das transmissões, apenas sabedor, pela TV Globo, de uma estimativa de custo da mesma. Ao mesmo tempo, não me permitiria ficar de fora de um acontecimento daquele vulto.

Ainda não existiam a CBF, patrocínios milionários, e o presidente da CBD era João Havellange. Este criou uma Comissão encarregada de angariar fundos para a Seleção e entregou a presidência da mesma ao banqueiro Walter Moreira Salles. Essa Comissão propiciou-me o "pulo do gato".

Inventamos um adesivo para veículos, a ser vendido nos postos Shell, com o lucro líquido destinado à Seleção. Procurei Aloísio Magalhães para fazer a arte do adesivo. Aloísio, mais tarde, seria o criador do dinheiro brasileiro e Secretário de Cultura federal, antes da criação do Ministério. Era o Pelé do design. Baseado numa histórica foto de Alberto Ferreira, publicada no Jornal do Brasil - o "Rei" dando uma "bicicleta" no Maracanã -, Aloísio criou o adesivo.

Numa tarde de sábado, na casa do banqueiro, hoje sede do Instituto Moreira Salles, com a presença do anfitrião, mais João Havellange, a direção da Shell e o então técnico João Saldanha, apresentei a campanha que, aprovada, recebeu, para o verso do adesivo, os autógrafos dos craques selecionados: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Djalma Dias, Rildo, Wilson Piazza, Gerson, Dirceu Lopes, Jairzinho, Pelé e Tostão. Os reservas eram: Cláudio, Zé Maria, Scala, Joel, Everaldo, Clodoaldo, Rivellino, Paulo César Caju, Paulo Borges,  Toninho e Edu.

No segundo semestre de 1969, detonamos a campanha e foram mais de milhão de adesivos vendidos, os quais eram vistos, também, nas capas de cadernos e livros escolares.

Quando, em 1970, diretores da TV Globo viram que a Shell não compraria a cota de patrocínio da transmissão e obrigara a Esso a esvaziar os cofres antes do início do pique anual de vendas, escalaram-me para um almoço e para abrir o jogo quanto "ao case".

Alguns anos depois, ao ser convocado para implantar a Agência da Casa, da Globo, para eles eu já era, desde aquele almoço, o Gordo Sinistro. 

Inté