Deu coceira 57x3e

Filme: Orfeu – Jean Cocteau Titulo Original: OrphéeDiretor: Jean CocteauIntérprete do papel título ? Jean MaraisAno: 1949 Na inspirada obra de Cocteau, na qual … 5g6t6y

12/12/2005 00:00

Filme: Orfeu ? Jean Cocteau Titulo Original: Orphée Diretor: Jean Cocteau Intérprete do papel título - Jean Marais Ano: 1949 3n6ry

Na inspirada obra de Cocteau, na qual ele transpõe o mito de Orfeu para a França, o personagem-título, ao indagar o que significa um homem que ele vê ar com uma enorme lâmina de vidro, é informado tratar-se de uma pessoa que, quando viva, era vidraceiro. Cocteau nos ensina que o "estigma profissional" vem a ser a nossa segunda pele. 

Acabei de ler o excelente livro de Danuza Leão, Quase Tudo, justificado best-seller, com uma verdadeira coceira na minha pele de repórter. Motivos principais: dois casos que Danuza, por discrição, omite os nomes dos protagonistas. Vamos ao primeiro caso, narrado por Danuza:

"Quando Samuel deixou o Brasil, sem saber o que poderia acontecer com o seu jornal, ou parte das ações para duas pessoas de sua extrema confiança: trinta e três por cento para um dos advogados dele, e trinta e três por cento para seu maior amigo; as restantes ficaram em seu próprio nome. Dividindo dessa forma o controle das ações, não haveria possibilidade de traição, a não ser que os dois se juntassem, coisa mais do que improvável. Pois não deu outra. Quatro meses depois de mudar para Paris, Samuel recebe um telegrama assinado pelos dois, nos seguintes termos: ou comprava a parte deles por um milhão qualquer coisa, ou eles compravam a sua por quinhentos mil. Samuel ficou louco; duplamente traído. Pediu que eu viajasse para o Rio e tentasse falar com seu melhor amigo - que, afinal, era também meu amigo e, ainda por cima, padrinho de Pinky -, mas ele se recusou a conversar. Samuel então encarregou Baby Bocayuva de vender tudo o que pudesse para poder recomprar suas ações, e assim foi feito. Para Samuel, sobrou praticamente só o título do jornal."

Este velho repórter foi ao livro de seu antigo patrão Samuel Wainer, Minha razão de viver, editado pela Record nos anos 80 do século ado, e dá os nomes aos bois que o gentil espírito de Danuza não quis revelar:

"Alguns meses depois, exilado em Paris, recebi a visita de um emissário desse grupo de empreiteiros, liderado pelos irmãos Alencar - Maurício, Marcelo e Mário. Os Alencar sempre haviam cultivado lucrativas ligações com multinacionais e militares, e pressentiam que, com o golpe de 64, sua hora chegara. Já convencido de que não seria fácil sobreviver no exílio, senti-me inclinado a fechar negócio. Para consumar a transação, eu precisava do consentimento formal de Haryberto Miranda Jordão, advogado da minha empresa, e Sérgio Lima e Silva, diretor da Última Hora. Diante das incertezas provocadas pelos idos de 64, eu ara a cada um deles um terço das ações do jornal. Tratava-se, naturalmente, de um artifício legal, pois eu retomava as ações tão logo o quadro brasileiro se aclarasse.

Haryberto foi ao meu encontro em Paris, e só então percebi que eles levaram a sério o que para mim fora apenas um artifício: o advogado e o diretor da minha empresa achavam que as ações efetivamente lhes pertenciam, e Haryberto conversou como se fosse, de verdade, dono de um terço da Útima Hora. Fiquei perplexo, mas nada podia fazer. Eles informaram que só venderiam suas partes por uma quantia x, muito superior ao preço que os empreiteiros poderiam pagar. Graças a Haryberto e Sérgio, as negociações goraram. Foi então que os empresários voltaram seus olhos para o Correio da Manhã."

Eis os "muy amigos" de Samuel Wayner.

Quanto à outra coceira, acabou meu espaço imaginário, mas prometo rear a história de um senador cassado, depois governador eleito, que foi encontrado só de cuecas, tomando cerveja com a namorada, esta de calcinha e sutiã?