Os amores de Osório 4p5e67

A propósito da crônica "Os amores de Caxias", da semana ada, alguém pergunta se falta ao Brasil um bom escritor para contar os amores … 253o3w

13/03/2007 00:00

A propósito da crônica "Os amores de Caxias", da semana ada, alguém pergunta se falta ao Brasil um bom escritor para contar os amores de seus vultos históricos. 6m44l

Não sei a resposta. Bons escritores nós temos. Falta, talvez, é baixar o olhar para a nossa planície. Não foi apenas Caxias que viveu um drama amoroso. Osório também foi personagem de história semelhante, só que com desfecho trágico.

Em 1829, ele era tenente em Rio Pardo e se apaixonou por Ana, filha de poderoso fazendeiro da região. O pai da moça se opôs ao romance porque Osório era pobre, nascido de família sem influência. Além do mais, naquela época, os soldados profissionais não gozavam do melhor conceito.

Para separar os dois jovens, o fazendeiro, político influente, conseguiu que o Exército transferisse Osório para uma guarnição da fronteira.

Fosse pelos dois namorados, a separação teria pouca importância. No exílio, Osório escrevia diariamente a Ana. Jamais recebeu resposta porque as cartas eram interceptadas e destruídas pelo fazendeiro.

Mesmo sem notícias do bem-amado, Ana a ele se manteve fiel. E quando o pai decidiu casá-la com um parente rico, desesperada escreveu a Osório, pedindo que viesse buscá-la para fugirem juntos.

O portador da carta adoeceu no meio da viagem. Quando Osório recebeu o apelo, era tarde. Ao chegar em Rio Pardo , Ana havia casado nas vésperas. 

Osório voltou para fronteira. Só muitos anos mais tarde teve olhos para outra mulher. Quanto a Ana, adoeceu de desgosto e faleceu antes que o indesejado casamento completasse um mês.