29 de janeiro de 2002 ? George Bush aponta o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte como o "eixo do mal". 1g4m56
13 de dezembro ? A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) exige visitar os centros nucleares iranianos.
21 de outubro de 2003 ? França, Alemanha e Reino Unidos iniciam negociações com Teerã (o apelido é tróika).
12 de março de 2005 ? A "tróika" indica que, em caso de fracasso, ela apresentará o dossiê perante o Conselho de Segurança da ONU.
7 de março de 2006 ? o vice-presidente americano, Dick Cheney, garante: "Nós não permitiremos que o Irã possua arma nuclear".
29 de março ? O Conselho de Segurança dá ao Irã até o dia 28 de abril para suspender todo o processo de enriquecimento de urânio;
11 de maio ? O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anuncia que o "Irã se juntou ao clube dos que dispõem de energia nuclear".
A cronologia de Le Monde é didática, mas seu final representa a perplexidade que cerca a atitude do Irã. Os técnicos da AIEA, que deveriam apresentar seu relatório até o dia 28, foram praticamente cerceados. Mesmo assim, em seu último relatório, na mesma sexta, suas informações indicavam que o Irã está enriquecendo urânio. O Conselho de Segurança encontra-se dividido.A China é contra sanções. Principalmente a número 7 que, quando não cumprida, permite a guerra. Na última sexta, Mahmoud Ahmadijenad", segundo a Reuters, declarou: "Os que querem impedir os iranianos da obter seus direitos devem saber que não estamos nem aí para suas resoluções"
CONDOLEEZZA ASSUSTA
Em Chicago, respondendo a pergunta sobre medidas contra o Irã, disse Rice: "Alguns países têm dito que se não conseguirmos medidas significativas no Conselho de Segurança, talvez uma coalizão dos dispostos pensem outras medidas financeiras e políticas que possam ser tomadas".
Segundo o Herald Tribune, os europeus pam as mãos na cabeça, com todas as memórias do pesadelo iraquiano voltando à superfície. Os temores europeus se concentram em tudo o que esta "coalização de dispostos" representa hoje: ação militar unilateral; desprezo pela instituições internacionais; pequeno respeito pelas alianças; e arranjos militares improvisados em que os EUA conseguem soldados da Bulgária para fazer seu jogo, na ausência da Alemanha e da França.
Dois dias depois, o susto foi maior, com Rice dizendo claramente que os EUA podiam ir à guerra sem a sanção da ONU. Em compensação, nos conta Le Monde, os iranianos estão dizendo o seguinte: "O Paquistão e a Índia têm o direito de se tornarem potências nucleares, e não o Irã? Quando você discute com um iraniano não demora a vir aparecer um sentimento de orgulho nacional".
UMA NOVA GUERRA FRIA
Para o New York Times deste domingo, os Estados Unidos e Irã estão jogando um novo tipo de guerra fria, onde entram declarações bombásticas, ameaças e diplomacia. Mas esta não é uma disputa de potências nucleares. Diz o Times: "E como os EUA vão abrir nova frente de guerra (políticamente?) com os Talibãs voltando a aterrorizar o Afeganistão, e pelotões de soldados guardando os poços de petróleo do Iraque? Num ano eleitoral nos EUA, onde o Congresso será renovado?"
Se não é uma disputa entre potências nucleares, para o New York Times é um esforço dos Estados Unidos e de alguns outros países de reescrever as regras nucleares, declarando que mesmo o Irã tenha legalmente, segundo o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o direito de enriquecer urânio para fins civis.
A Casa Branca diz que não itirá um Irã com armas atômicas. Talvez seja este novo tipo de guerra fria que fez, na semana ada, Bush declarar: "Os caminhos da diplomacia ainda estão abertos". Mas hoje, dia 3, o NYT prevê uma escalada no confronto, com as declarações de Bush na sexta ada: "Iranianos não devem ter uma arma nuclear ou o conhecimento de como fazer uma arma nuclear". Ahmadijenab retrucou: "Temos nossos direitos. Que venham!".