As Casas Bahia chegaram a Londres 3t1t5d

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26/11/2008 00:00

Pelo menos nas páginas do prestigioso jornal inglês, Financial Times, cujo correspondente Jonatan Wheastley fez a cobertura este mês da inauguração da primeira filial de uma grande cadeia de lojas, as Casas Bahia, na favela. Trata-se da favela Paraisópolis, na Grande São Paulo. Será a 551ª loja da rede, e Wheatley, em suas pesquisas, acredita que outras redes seguirão o mesmo caminho. Em Porto Alegre a rede está no centro, com filiais nas ruas dos Andradas e Dr. Flores, e não se fala, por enquanto, na sua ida para a periferia. v4q6v

"Embora seus produtos não sejam muito mais baratos do que aqueles vendidos por muitas outras lojas que têm como alvo clientes mais ricos, ela é altamente popular entre os pobres porque pagam em pequenas prestações", registra o jornal. E com juros pesados, que ficam em 4,5% ao mês ou cerca de 70% ao ano. Os clientes recebem um carnê de pagamentos e têm que ir à loja pagar as prestações. Isto faz com que adquiram novos produtos, a menos que pertençam ao grupo dos 10% dos inadimplentes.

Com exceção da gerência, as 50 vagas abertas para o funcionamento da loja foram preenchidas com moradores. Um jovem na multidão, que itiu a Wheatley pertencer ao PCC, a organização criminosa Primeiro Comando da Capital, disse que sua organização limita-se ao tráfico de drogas, não mais extorquindo dinheiro dos comerciantes. Isto deve atrair outras redes a implantar-se na favela.

Fundada em 1957, em São Caetano , pelo imigrante polonês Samuel Klein para venda de móveis aos imigrantes nordestinos, a estratégia da Casas Bahia (prestação baixa, juros altos) rendeu uma expansão acentuada e uma significativa parceria em 2004. Trata-se do Bradesco. Pelo acordo, o banco começou a assumir R$ 100 milhões em vendas por mês. Em uma segunda etapa ou a colocar produtos financeiros nas lojas do grupo, estreitando assim as relações.

"As Casas Bahia demonstraram grande esperteza ao inaugurar uma loja aqui", disse Tânia Ribeiro Alves, uma professora de inglês que faz trabalho voluntário em Paraisópolis. Ouvida pelo repórter do Financial, acrescentou que "os moradores locais compram bastante, mas muitos não pagam. Agora a loja pode vigiar mais de perto quem não paga as prestações".

Mas a crise a ao largo da rede. As Casas Bahia esperam que suas vendas subam dos atuais R$ 13 bilhões, registrados no ano ado, para R$ 14 bilhões neste ano. A rede investiu E$ 2 milhões para abrir a loja de Paraisóplis. "Carlos Abreu, gerente da loja, disse a Wheatley que a rede deve abrir 30 novas filiais este ano, incluindo outras em favelas.