O canto das sirenes 1s2k53

Agora são as ambulâncias que nos dão ânsias. a uma, cruza outra, ao longe uma terceira se anuncia. Ou se denuncia,Ainda estamos por descobrir … 1y1x3

12/05/2006 00:00
Agora são as ambulâncias que nos dão ânsias.

a uma, cruza outra, ao longe uma terceira se anuncia. Ou se denuncia, Ainda estamos por descobrir o estado do país dentro delas. O que importa nem é o coma político da nação mas o como, danação brasileira. 1t1h71

A afronta excede a frota. Em vez de transportar isquemias, atendem a esquemas. Não são apoplexias que nos deixam perplexos: é a complexidade da rede de corrupção, com um sistema circulatório mais saudável que de um recém-nascido.

Elas, as ambulâncias, correm, acorrem, percorrem - se socorrem - pois muitos serão os chamados, poucos os processados.

A concussão a que chegamos, já que não há conclusão nenhuma nas Is, é que o dinheiro do contribuinte a bem - a de uma mão pra outra, de um bolso pro outro, de um eleito pra outro, de um funcionário público pra outro.

Talvez o plantão das fraudes seja exemplar - aos plantões clínicos e hospitalares entupidos de deficiências e ineficácias dos serviços públicos. Ó, ouvi mais uma ambulância ferindo as ares, atingindo a ética.

Esses veículos, emblemáticos na pureza da brancura mais a urgência do carmim, combinam bem com a situação nacional: o país no vermelho assistido pela ingenuidade da população. É que ainda acreditamos que ainda há esperanças de que aquela ambulância que zumbe nos ouvidos está no rumo de um infarto, um atropelamento, quem sabe um grande desastre.

Tá feia a coisa. Pior que isso é que nem um escândalo com carros fúnebres seria tão pior. Quem já está acostumado demais com sirenes vai-se incomodar com silêncios?

Leis - Interprete como quiser (II).

Os bilhetes premiados são sempre adquiridos pelos ganhadores. É a Lei dos Grandes Números.

Aquele que não acredita em Nosso Senhor será visto como ateu. É a Lei de Deus.

Nasceu, tem que viver até o fim. É a Lei da Vida.

Botijões de gás de marcas diferentes vazam da mesma maneira. É a Lei de Avogadro.

Fanhos, tartamudos, tatibitates e dislálicos não têm direito a apartes. São as Leis da Fonética.

Os acontecimentos acontecem, acontecendo ou não. É a Lei das Probabilidades. Nada atrapalha mais a falta de ética do que a ética. É a Lei Moral.

Há países que têm princípios e há os que não têm. É a Lei de Exceção.

Nenhum tímpano funciona nos condomínios após as 22h. É a Lei do Silêncio.

As injustiças são iguais para todos. É a Lei Natural.

Caso a emenda fique melhor que o soneto, faz só a emenda. É a Lei Poética.

Pra sentar no trono, tem que ser muito macho. É a Lei Sálica.

O Estado sobrevive à custa de inaugurações. É a Lei Fundamental.

No fundo da alma há alguma ausência de lógica que não explica nada. São as Leis do Espírito.

Sem mordomos não haveria mordomias. É a Lei Suntuária.

O Código Penal castiga menos que as próprias mãos. É a Lei de Lynch.

Pense, mas não escreva; escreva, mas não divulgue; divulgue, mas não se queixe. É a Lei de Imprensa.

Etc.

Blog se agita sem sagita

Poeta, escriba, autor insígne: ao se perfilar não se digne a se catalogar pelo signo (nem benigno nem maligno)

É astrologar o que se designa literatura, e assim se resigna ao gancho de grossa insígnia aos guinchos das ignomínias

É um prólogo e, logo, guia o ensaio, o conto, a poesia põe na intriga um estigma tira de percepção o enigma

Para o diabo que o carregue se é de touro ou se de jegue se tem sinastria ou refrega se é troiano ou se é grega

Compatíveis ? qual alegria germina legal em tal letargia? Algazarra de gnomos ignotos ou gritos e guizos incógnitos

Que o zodíaco não consiga nada do que a prosa fisga que a visitante fique vesga se de ascendência há nesga

Horóscopo - algo retrógrado - é gasto up-grade do agrado pode-se harmonia categorizar ou surpresa e acaso estagnar?

No meio do céu se prega das entregas a mais piegas ingênua por crer na gnose ignora rima, coda e glosa

Se casas astrais são abrigos nelas a gangorra do perigo combinam gostos e agouros agregam louros aos gurus

O vital a todos impregna sem a gosma do esmegma de jogo e jugo astrológico a gerar arranjo demagógico

Se o universo tem desígnios tenha o verso o avesso ígneo se só gemerem almas gêmeas será monótona cosmogonia

A escrita e a leitura magnas não cagam regras, dogmas garantem vago amálgama por graça, gozo, do sintagma

Deixe que o leitor se afogue em mil dúvidas no seu blog que se plugue grogue, rogue de Gregório a Burroughs:

Só há sintonia na morgue!

Graves agruras de grandes figuras.

De tanto repartir sua libido com seus pacientes, Freud ficou sem nenhuma.

Amundsen ficou tão magoado com a frieza do Pólo Sul para com o primeiro explorador a chegar lá que, na hora da morte, o trocou pelo Pólo Norte.

Por sempre oferecer a outra face, Gandhi se transformou num poliedro.

Se George Eastman ficou ou não insatisfeito com as invenções do filme em rolo e da máquina portátil, não se sabe. Seu suicídio não revelou nada.

Marie Curie sofria de depressão porque, com Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira e Ângela Maria competindo, jamais conseguiu ser uma das rainhas do rádio.

Lampião se degolou ao saber que sua verdadeira alcunha por ser tão ameaçador era Rei do Cagaço.

Cristóvão Colombo morreu de colesterol elevado, pelo costume que tinha de pôr ovos em pé.

Charles Darwin, Claude Monet e Dom Pedro II, como comprovam suas fotografias, eram trigêmeos, separados ao nascer. Daí a tristeza no olhar.

Devido à surdez, Beethoven teve que deixar a Sinfonia Inacabada para Schubert fazer.

Jorge Luis Borges informava os sintomas da sua labirintite nos seus textos, mas seu otorrino achava que era só literatura.