Goleada no racismo 2r183t

Para realçar o inusitado deste 20 de janeiro lá na América, repriso mais uma vez minha definição de Racista: é a única raça realmente … r5643

23/01/2009 00:00

Para realçar o inusitado deste 20 de janeiro lá na América, repriso mais uma vez minha definição de Racista: é a única raça realmente inferior.  4c6q58

E se por fim o homem mais poderoso do mundo é um negro, é porque o racismo levou uma entre as pernas. Por essa o fantasma da Klu Klux Kan não esperava; por essa o espírito de Martin Luther King esperou 40 anos.  

Bão, agora que os americanos já têm o seu Pelé das urnas, o melhor a fazer é deixar eles lá na comemoração deles, além de esperar que o time do Baraca faça um jogão. Afinal, já bagunçaram tantas vezes o estádio alheio que tá mais que na hora de dar algumas alegrias para as outras torcidas. 

Enquanto aguardamos (com pezinho atrás) os primeiros es, aproveitemos o intervalo bombástico do embate nada amistoso entre Israel e o Hamas para reparar como anda o jogo étnico no Brasil. Já é o caso de perguntar: quando haverá aqui uma chapa presidencial com concorrente da mesma cor recém empossada nos esteitis? 

Pô, Fraga, entrar assim, de carrinho e por trás no assunto? Peraí, meu. Essa indagação tem que jogar preliminares antes. Começar pela várzea, subir as categorias de o, até poder pensar na primeira divisão. No Brasileirão da sociedade nacional não parece haver vaga pra negro, não. 

Melhor consultar primeiro as categorias de base: aérea, naval e militar. Quantos brigadeiros, comandantes e generais negros a gente vê nas cerimônias oficiais e desfiles? Chegam a formar um pelotão? 

Consultemos os Fs verdes-e-amarelos: quantos banqueiros, ricos empresários e poderosos industriais negros aparecem no meio do quem é quem anual? Quem aí já teve um patrão negro levanta o dedo; eu nunca soube de um. 

Depois, uma conferida universitária (não a partir da peneira de entrada mas do funil de saída): existem muitos negros entre economistas, arquitetos, cirurgiões plásticos, físicos, publicitários, designers, artistas plásticos? E entre os intelectuais, são quantos? Ora, Fraga, você selecionou apenas profissões sofisticadas e charmosas, assim não vale. Só faltou provocar o Itamaraty a respeito de diplomatas negros. 

Na política, contam-se nos dedos (pés e mãos, vá lá) os senadores, deputados e governadores, e deve haver alguns prefeitos e vereadores. Mesmo incluindo alguma negritude nos altos escalões (ministros, secretários, juízes), não a de amostra estatística, e bem abaixo da representação proporcional da população de cor.  

Não me citem jogadores, sambistas e atores negros. Exceções não mascaram a falta de oportunidades nem a ausência de negros nas elites. Afinal, invisibilidade racial também é preconceito. Ah, chega. Façam as suas próprias listas negativas, nem que seja a partir da revista Caras. 

Oba-oba com Obama ou não, o que se espera agora é que o racismo recue no planeta. Depois do ranzinger Bento XVI, por que não um papa africano? O mundo mudou e precisamos mudar com ele.