Em função da crise que se instalou no mundo todo, começamos a questionar alguns pilares do capitalismo. Alguns dogmas neoliberais. As duas questões fundamentais, neste momento, são: o capital financeiro pode ser colocado acima do capital humano(dinheiro x pessoas)? E o sistema financeiro e o capitalismo podem se gerir autonomamente, sem intervenção estatal? Vamos às respostas. f5f14
Sobre o dinheiro e o ganho dele estarem acima das pessoas, é mais consensual de que não. Há um senso comum (embora não colocado em prática) de que as pessoas são sim, mais importantes do que o dinheiro. Apesar disto, construímos um mundo repleto de distorções, pobreza e injsutiças.
Sobre o capitalismo e em especial o sistema financeiro poderem atuar sem intervenção estatal, não há este consenso. Liberais defendem que sim, óbvio. Esquerda que não, claro que não.
Apresentei estas duas questões porque me parece que foram colocadas em evidência com o tsunami financeiro que levou alguns trilhões de dólares(fala-se em 27 trilhões). Mas, mais do que a resposta a estas questões, há alguns questionamentos de fundo, como o que estamos fazendo, para que tudo isto (lógica capitalista, sistema financeiro), afinal? Foi a grande pergunta que se fez, lá pelas tantas. A gente trabalha, trabalha, trabalha, para numa semana ter tudo ameaçado a virar pó. Então, será que tudo isto vale mesmo a pena?
Para mim, foi o segundo grande muro que caiu. O primeiro foi o de Berlim, claro. O segundo, foi Wall Street. Não o sistema, mas o muro. Houve rachaduras no dique, que está prestes a explodir a represa. O momento, além de ser preocupante, é de questionamento. Vivemos uma época de cada vez mais incertezas, interrogações e perda de referenciais. Agora, são os do sistema capitalista que são questionados, duramente. A presença do Estado como aquele que está injetando recursos financeiros para bancos privados parece ser uma ironia.
Há um aspecto positivo nesta crise toda. Aliás, dois. As nações se irmanaram na busca de soluções. Lembrou um pouco a 2ª. Guerra Mundial. Outro aspecto positivo é o de que, num momento turbulento como este, questionamos tudo. E a humildade forçada de todos faz com que os questionamentos vão a fundo. Aguardemos as respostas, se é que elas virão.