Welcome Wal-Mart!

Bom senso e simplicidade, respeito aos outros, capacidade de implementação e análise do negócio a partir da ótica do cliente são alguns princípios de …

Bom senso e simplicidade, respeito aos outros, capacidade de implementação e análise do negócio a partir da ótica do cliente são alguns princípios de gestão que fizeram o sucesso do Wal-Mart.


A partir de Bentonville, localizada no estado de Arkansas nos EUA e sedimentada nos valores de seu legendário fundador, Sam Walton, a empresa no início de 2005 havia superado a marca das duas mil lojas, tendo cerca de 400 mil associados, que é como os funcionários são chamados.


A rede chegou ao Brasil em 1995, quando seu fundador já havia falecido. Começou pelas cidades do entorno de São Paulo, operando inicialmente dois modelos de loja: os Wal-Mart Supercenter, que são hipermercados, e os Sam"s Club, voltados para o atendimento de comerciantes. Posteriormente, um novo formato foi implantado, o do Wal-Mart Todo Dia, focado no consumidor brasileiro das classes C e D.


Em 2004, através da aquisição da rede Bom Preço, com sólida atuação no Nordeste do Brasil, além do processo natural de expansão, o Wal-Mart ultraou as 150 lojas no País. Além da área de atuação do Bom Preço, atua no Sudeste e Centro-Oeste, tendo ainda, na região sul, duas lojas no Paraná. Empregava 30 mil pessoas.


Semana ada, após um longo período de notícias veiculadas acerca do assunto na imprensa do Rio Grande do Sul, o Wal-Mart, por 1,7 bilhão de reais (635 milhões de euros) comprou os ativos do grupo Sonae no Brasil, ampliando suas operações no País e ingressando definitivamente na competição da indústria de auto-serviço na região sul do Brasil.


Nos últimos 20 anos, as ações do Wal-Mart vêm tendo uma valorização de 40% ao ano na média, sendo hoje uma companhia de mais de 50 bilhões de dólares. Tem muito país no mundo que não tem este PIB?


Qual seria o segredo deste sucesso? Qual o modelo de gestão que justifica tamanho ritmo de crescimento?


A leitura do livro Sam Walton: Made in America, faz-nos depreender que o sucesso decorre de um modelo um tanto quanto caipira, muito mais para country music do que para jazz: Sam Walton era um homem extremamente simples, que fez uma companhia simples que continua crescendo a partir de sua crenças e valores.


Quando perguntaram a Walton o motivo pelo qual, sendo ele um dos homens mais ricos do mundo, deslocava-se dirigindo sua própria caminhonete ao invés de usar um automóvel sofisticado dizia: "como vou levar meus cachorros num Rolls Royce?".


Acreditava na importância das pessoas e adotava atitudes coerentes com isso, procurando tornar o ambiente de trabalho o mais agradável possível.


Sendo piloto, em seu próprio avião, voava longas distâncias todos os meses visando a estar o mais próximo possível do núcleo de seu negócio: os clientes e colaboradores; buscando sempre identificar oportunidades de melhoria do seu negócio.


Foi um empreendedor em tempo integral, istrando através do método MBWA, que embora seja uma sigla que lembre os sofisticados Master of Business istration das universidades americanas, nada mais é do que managing by walking around. Um bom par de pernas é uma ferramenta importante para gerir uma operação centrada em serviços.


É esta companhia que está chegando ao Rio Grande do Sul, Estado que é sempre um desafio para quem chega para atuar no auto-serviço. O consumidor é exigente e o paradigma de atuação é de elevado nível.


Feliz Natal!


WALTON, Sam e John Huey. Sam Walton, made in America . Rio de Janeiro. Ed. Elsevier, 2006.

Autor
André Arnt, diretor da Coletiva EAC, é de empresas, consultor e professor universitário. Coordenou cursos de pós-graduação nas áreas de negócios e marketing. Atua como consultor em estratégia empresarial. É colaborador da Coletiva.net.

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