Virei stripper
Bom, é o seguinte: quero avisar aos leitores e às leitoras que virei stripper. Ou, ao menos, estou tentando. Mas, antes que chamem a …
Bom, é o seguinte: quero avisar aos leitores e às leitoras que virei stripper. Ou, ao menos, estou tentando. Mas, antes que chamem a Anvisa, dizendo que eu sem roupas sou crime contra a saúde, ou que chamem o Ministério do Meio Ambiente, dizendo que é crime ambiental, vou explicar: não estou me despindo das roupas, não. (calma, calma?rs). Estou tentando me despir de idéias anacrônicas, preconceitos e coisas afins.
Sabem, não é tarefa nem um pouco fácil e tenho certeza de que este strip tease não chegará ao fim. Por mais que tentemos, os preconceitos(que podem ser mais ou menos graves e sérios) são raízes profundas em nossa existência. Porém, como toda raiz, pode ser retirada.
Preconceito sexual: outro dia estive no Olaria, aqui
Preconceito de idade: tendemos a olhar as pessoas idosas com ar de caridade, tolerância, indulgência. E por quê? Porque de alguma forma se propagou a idéia do velhinho bonzinho, da vovozinha querida. Não deixa de ser um preconceito. Quando olhamos para alguém com mais idade do que nós desta forma, estamos fragilizando a sua existência. Não o vemos mais como alguém capaz e produtivo, mas alguém que tem uma função ória as nossas vidas, digamos. Mas e aí? Me falem como a gente explica Jorge Gerdau, Picasso, Walmor Chagas? Não são exatamente velhinhos. O outro lado do preconceito: quem disse que as pessoas que envelhecem viram boazinhas? Não viram MESMO! Elas manterão o mesmo caráter que tiveram ao longo das suas vidas. Se foram pessoas boas, assim o serão. Se foram pessoas de índole duvidosa, se tornarão marginais da terceira idade.
Já dizia o Joãozinho Trinta: quem gosta de pobreza é intelectual, pobre gosta de luxo. Mas esta é outra visão preconceituosa. Intelectuais não gostam de pobreza. Não se trata de gostar, no sentido de preferir. Intelectuais(que façam jus ao nome de intelectuais) gostam é de se aprofundar nas questões. Vivemos no mundo da superficialidade. Os americanos são a pátria da superficialidade, dos rótulos(recente entrevista de Bruno Barreto à Isto É(desta semana) confirma isto). Então, deixemos de tratar os intelectuais com preconceito, gente.
Na realidade, quando falei que faria um strip tease, era muito mais um convite ao leitor para que me acompanhasse. Não me considero uma pessoa preconceituosa, mas é sempre bom a gente estar atento. Vigilância à idiotice!