Vinho e comida

Seguidamente, amigos contatam comigo, pelo celular, de dentro da loja de vinhos. As questões mais frequentes remetem à combinação de vinhos no jantar: o …

Seguidamente, amigos contatam comigo, pelo celular, de dentro da loja de vinhos.
As questões mais frequentes remetem à combinação de vinhos no jantar: o que devo comprar se vou servir ostras na entrada? Ou, ainda, a quantidade de garrafas que devem ser compradas, ou a sequência de vinhos que deve ser observada.
Diante disso, decidi dedicar a coluna de hoje para ajudar os leitores leigos numa iniciação neste mundo fantástico.
Até para quebrar regras é necessário conhecê-las, daí um pequeno manual de sobrevivência enológica é interessante.
Em relação à quantidade de garrafas, uma garrafa de vinho tinto é adequada para cada casal. No caso de brancos tranquilos e espumantes, três garrafas para cada dois casais.
Na sequência de vinhos, os mais suaves devem vir antes dos mais tânicos, o que leva ao serviço de brancos antes do de tintos.
Peixes e frutos do mar combinam com brancos, exceção feita ao bacalhau, que requer tintos de castas portuguesas. Pessoalmente, aprecio salmão com pinot noir, mas não é a primeira sugestão do manual.
Carnes vermelhas clamam por tintos. Quanto mais gordura houver na carne, mais encorpado deve ser o vinho. Carneiro, por exemplo, pede um cabernet sauvignon, ou, para os mais aquinhoados, um bordeaux.
Massas, a priori, devem ser harmonizadas a partir do molho. Tomate, por exemplo, nem sempre é um bom parceiro para tintos.
Aves preparadas sem molho combinam com tintos leves, um jovem merlot, por exemplo.
Há alimentos que têm grande dificuldade para serem acompanhados por vinho. Os exemplos mais clássicos são ovos, espinafre, presunto e sopas, embora uma minestrone fique bem quando degustada com um bom chianti.
Alho, agrião, aspargos, brócolis, rúcula alcachofra são de difícil compatibilidade com vinhos. Não valem o investimento em garrafas caras.
A princípio, vinhos gelados devem vir antes daqueles que devem ser servidos na temperatura que os ses definem como chambré (em torno de 17ºC). O teor alcoólico, por sua vez, deve ser crescente na refeição.
Embora haja regras a serem seguidas, é muito interessante que se respeite a geografia do vinho, harmonizar a comida de cada região com o vinho da mesma região. Uma experiência muito agradável que tive foi com um porto degustado com queijo da Serra da Estrela. Sugiro experimentar, o queijo não é tão difícil de encontrar. Tem na 43!
Quanto ao acompanhamento das ostras lá de cima, procure um sauvignon blanc de boa procedência. Não encontrando, a parceria com o champagne, ou com um bom espumante brasileiro, dará um ótimo resultado.
Saúde!
 

Autor
André Arnt, diretor da Coletiva EAC, é de empresas, consultor e professor universitário. Coordenou cursos de pós-graduação nas áreas de negócios e marketing. Atua como consultor em estratégia empresarial. É colaborador da Coletiva.net.

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