Universitário, o novo alvo das agências
Existem no país mais de duas mil universidades, segundo levantamento da Mundo Universitário, agência especializada na atuação junto aos universitários. A cada ano ocorrem …
Existem no país mais de duas mil universidades, segundo levantamento da Mundo Universitário, agência especializada na atuação junto aos universitários. A cada ano ocorrem 1,5 mil festas, duas mil cervejadas e uma centena de atividades acadêmicas extra-curriculares, como a Semana do Direito e a Semana da Saúde.
Nos últimos três anos, as empresas vêm destinando cada vez mais verbas de marketing para chegar aos estudantes. O banco ABN Amro Real, a cervejaria Schincariol, a operadora de celulares Vivo, além de grandes escritórios de arquitetura e engenharia estão entre os que contam com ações voltadas para o público universitário.
Os números justificam
O interesse se justifica em números: são cerca de 4,5 milhões de universitários. E, apesar de serem apenas 25% entre os jovens de todo o país (entre 14 e 25 anos), eles respondem por 41% do total do consumo jovem. O jornal O Estado de S. Paulo diz que a movimentação financeira deste grupo é estimada em R$ 52 bilhões, e sua influência no consumo das casas em que vivem gira em torno de R$ 24 bilhões, segundo dados de um estudo sobre universitários da Fundação Getúlio Vargas.
"Eles têm enorme potencial de consumo e estão formando suas opiniões, o que torna este momento relevante para as marcas que queiram criar elos com os consumidores", diz Caio Romano, sócio e diretor-geral da agência Mundo Universitário.
Os pontos-de-venda
Na tentativa de traçar o perfil deste consumidor, conta o Estadão, a agência Na Mosca, também especializada neste mercado, foi a campo descobrir o que os universitários consomem nas cantinas e nos bares das redondezas. Avaliaram 2,8 mil pontos-de-venda em faculdades públicas e privadas. E, por exemplo, apesar de confirmarem o elevado consumo de refrigerantes, registraram significativo aumento de águas com sabor, o que demonstra a preocupação em consumir bebidas mais saudáveis.
As dificuldades
"A comunicação com os estudantes, em geral, não é tão direta", avalia o jornal paulista. Daí o surgimento de agências dedicadas a este segmento. Dentro das instituições existem regras que dificultam investidas de marketing e, fora delas, os estudantes são muito críticos a estas investidas. Por isto, as empresas têm que encontrar caminhos para chegar a este público. Um deles são as entidades representativas dos estudantes, como os diretórios acadêmicos, ou a própria reitoria, que dá sua permissão em troca de equipamentos, como computadores. Talvez a disputa mas interessante seja a das cervejarias: através dos centros acadêmicos enviam caixas e caixas de seu produto para distribuição gratuita fora do campus.
