Uma questão de Opinião Pública
Há uma antiga máxima em futebol que assegura que juiz nenhum expulsa jogador de campo no início do jogo, o que, na prática, confirma-se, …
Há uma antiga máxima em futebol que assegura que juiz nenhum expulsa jogador de campo no início do jogo, o que, na prática, confirma-se, basta ver as estatísticas. Ao que parece, há uma acomodação no início dos jogos que parece inibir a ação dos árbitros. Decisões capitais são menos adotadas nestes momentos.
Ao que parece, os estrategistas do governo Yeda apostaram nisso ao tomar as primeiras decisões. Como preconizava um conselheiro italiano, abriram a caixinha de maldades de uma vez, acreditando que, ao longo dos quatro anos, a coletânea de bondades compensaria. Não deu certo.
A rejeição do pacote de medidas proposto pela Governadora no final de 2006 acabou desgastando a imagem de um governo que sequer começara.
Além disso, a fratura exposta gerada no interior do governo, com o apoio do Vice-governador à rejeição das propostas, só piorou o que já estava ruim. Foi como iniciar um jogo perdendo de dois a zero.
Entretanto, nada está perdido. É a hora da comunicação do governo.
A falta de recursos e as despesas crescentes de custeio geram uma equação de difícil solução sem negociação. Para chegar a bom termo, é indispensável que se ganhe a batalha pelos corações e mentes dos gaúchos.
A hora é de informar. Abrir números.
É importante que a sociedade saiba aonde vão os recursos públicos, que se possa comparar as destinações em todos os poderes. Mostrar que há cargos de alta importância para o futuro do Rio Grande do Sul muito mal remunerados, enquanto há valores absolutamente nababescos pagos neste mesmo Estado.
Seria interessante que se comparassem alguns salários de certas reivindicadoras castas com o custo total de pessoal de uma escola. Garanto: será uma grande surpresa.
É hora de derrubar a idéia do percentual de reajuste. Ninguém paga supermercado com percentual, mas com dinheiro. Seis por cento, não sei de onde eu tirei este número, aplicados a alguns salários implicam um aumento cujo valor absoluto é superior ao que ganha um soldado da Brigada. E nós queremos melhorar a segurança pública.
A governadora Yeda sabe o que deve ser feito e como fazê-lo. Não pode ser impedida de agir por fatores corporativos. Um strip-tease nas contas, separando o joio do trigo, é imperativo.
É preciso persuadir, mostrar à sociedade que nem todo funcionário público é mal remunerado. O Estado precisa voltar a investir em educação, segurança, saúde e infra-estrutura.
Cabe à área de comunicação do governo a condução deste processo.