Terceira via no Rio Grande?

Faz muito tempo que se afirma que o campeonato gaúcho de futebol é uma competição de vários clubes destinada a ser decidida num Gre-nal. …

Faz muito tempo que se afirma que o campeonato gaúcho de futebol é uma competição de vários clubes destinada a ser decidida num Gre-nal. Se desconsiderarmos o campeonato deste ano, podemos afirmar que a assertiva não é mais tão verdade assim.



Entretanto, se analisarmos a disputa política no Estado, podemos começar a falar num tipo de Gre-nal da política. Há três eleições, a disputa de segundo turno é uma briga PMDB - PT.



Na eleição deste ano, surge novamente a pergunta: haverá chance de surgir um terceiro candidato com reais possibilidades de vitória?



Há dois mandatos não surge uma perspectiva nova no Rio Grande do Sul. Desde o governo Britto, não aparece um grupo político disposto a enfrentar a grave crise que o Estado atravessa. As dificuldades financeiras vêm sendo enfrentadas com pouca criatividade, não surgindo uma idéia nova para debelar velhos problemas. Com base nisto, pode-se dizer que sim, há oportunidade para um outro projeto.



Porém, temos que considerar a força dos dois partidos, solidamente estabelecidos em todos os municípios do Rio Grande do Sul, a mística do petismo no Estado e o poder de quem pleiteia reeleição.



Além disso, a leitura das pesquisas permite assegurar a presença de Olívio Dutra no segundo turno, ficando a chance do terceiro candidato restrita a sua capacidade de superar o atual governador.



Neste ponto, parece, estará a maior dificuldade. É certo que este candidato sairá das forças que historicamente têm enfrentado o PT, não há dúvidas que, em um segundo turno entre Olívio e Rigotto, estará alinhado com o governador. Daí a dificuldade para afinar o discurso: no primeiro turno, o candidato a ser derrotado é o que se espera seja parceiro no segundo. Será preciso habilidade para acertar relógio com luva de boxe.



Concluindo, o Rio Grande carece de um novo projeto. Não é mais possível conviver com gestões que, por força da conjuntura, tornam-se gestoras de folha de pagamento e da dívida. Um projeto consistente, aliado a um discurso eficaz, pode levar à vitória.

Autor
André Arnt, diretor da Coletiva EAC, é de empresas, consultor e professor universitário. Coordenou cursos de pós-graduação nas áreas de negócios e marketing. Atua como consultor em estratégia empresarial. É colaborador da Coletiva.net.

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