Superstição nos esportes

Os batuques e pais-de-santo nos esportes há um bom tempo deixaram de ser destaque na imprensa brasileira. Talvez permaneçam em outros países, como o …

Os batuques e pais-de-santo nos esportes há um bom tempo deixaram de ser destaque na imprensa brasileira. Talvez permaneçam em outros países, como o México, onde os bonequinhos de vodu são espetados para combater os adversários. Mas a superstição existiu, e muito, sendo aos poucos substituída pela oração e perdas atribuídas a erros de arbitragem.


Pelé, por exemplo, jogava sempre com a mesma camisa. Até que a deu para um torcedor, começou a jogar mal, e pediu para que o técnico designasse alguém para procurar o torcedor. Mas existem outras histórias de superstição, colecionadas por jornais ingleses.


Johan Cruyff, maior jogador da Holanda, na época no Ajax, incluía em sua preparação dar tapas na barriga do goleiro e cuspir uma goma de mascar no campo adversário. Os rituais ses na Copa do Mundo de 1998 exigiam sempre ocupar os mesmos assentos no ônibus da Seleção e ouvir sucessos da cantora Gloria Gaynor. E o zagueiro Laurent Blanc dava um tapa na careca do goleiro Fabien Barthez. (Os goleiros são, no futebol, equivalentes a salvadores).


Capitão da Inglaterra nos anos 60 e 70, Bobby Moore precisava ser a última pessoa no vestiário a colocar seus calções. Um colega fazia que ia urinar, e então Moore respondia tirando seus calções, e aguardando que o colega vestisse o seu de novo. Esta brincadeira não tinha um fim lógico e pode explicar porque a sorte da Inglaterra ruiu nos anos 70.


Na Suécia, em 1958, devido ao sorteio, o Brasil perdeu a utilização de sua tradicional camisa amarela, restando-lhe a branca. Todos quebraram a cabeça, e afinal encontraram uma solução. Paulo Machado, chefe da delegação, sugeriu - e esta sugestão foi aceita - que, diante da religiosidade dos brasileiros, a seleção disputaria a final da Copa com uma camisa azul, cor do manto da padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida. Foi lembrada a atuação da Azurra italiana e da Celeste uruguaia, na tragédia brasileira de 1950. Um uniforme azul foi comprado às pressas, e membros da delegação aram a noite costurando os números e os escudos retirados das camisetas amarelas. Sob a proteção da padroeira, o Brasil teve uma atuação brilhante. (Com informações do Financial Times).

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