Se 2007

Se és capaz de manter a tua rapacidade quando a cambada ao teu redor já se locupletou e até já pintou mea culpaSe és …















































Se és capaz de manter a tua rapacidade quando a cambada
ao teu redor já se locupletou e até já pintou mea culpa
Se és capaz de continuar desviando mundos e fundos quando no fedor estão manerando e assim seres o modelo do que se apupa


Se és capaz de prosperar sem te saciares
ou, se enganado, não dedurares o cúmplice ou o sócio,
e, em caso de vir a ser prejudicado em faturamentos elementares,
calar e buscar outros favorecimentos em escusos negócios



Se és capaz de subornar sem pareceres um subornador



Se és capaz de rapinagens sem que só daí tire benefícios
Se achando a propina pouca e a negociares em novas bases,
seja com empresários inescrupulosos ou senadores propícios



Se és capaz de lamentares não fazer parte das melhores quadrilhas
e de itir que ainda tens muito a roubar do Planalto ao Agreste,
de encontrares no mau-caratismo a tenacidade e as maravilhas
da determinação no que em ti não preste



Se és capaz de arriscar toda ambição numa licitação mal comissionada
E não levar e, ao dar em nada, prometer a si lucrar noutra parada



Se és capaz de falsificar editais, fingir obras, deturpar números,
tudo pra obter o que de malversação de verbas existe,
e a insistir na fraude e na falcatrua mesmo com ganhos efêmeros,
contudo, resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!"



Se és capaz de, entre os honestos, não te misturares
e, entre probos, não perderes a improbidade
Se entre amigos do alheio, amadores ou profissionais, te identificares



Se a todos os corruptos podes valer alguma oportunidade
Se és capaz de dar, golpe por golpe, o oculto valor ao sujo e ao sinistro, teus são os cofres públicos e tudo que lá existe pela eternidade
E o que é mais, meu caro, tu és uma autoridade, um governante, um ministro!



(Depois de Rudiard Kipling)




O sub emprego requer um esforço sobre-humano.


No momento o país ite apenas que não ite ninguém.



Pra cada brasileiro que se queixa de ter que bater ponto,
quantos se queixam de que não batem?



Carteira assinada - nada mais efêmero.



A revolta popular vai para as ruas quando nas
empresas, indústrias e fábricas não há como o povo entrar.














Já está ao alcance do público especializado - designers, diretores de arte, tipógrafos, ilustradores e leitores afins - a mais recente edição da mais sofisticada e importante revista brasileira de design e artes gráficas: Gráfica #58. Por tudo que representa, pelo conteúdo criterioso, a Gráfica tem o que merece - circulação e reputação internacional. Os destaques de agora são dois: o grande ilustrador americano Brad Holland e o brasileiro Toninho Gonçalves. A novidade editorial é seção iconografia brasileira, que apresenta matéria exclusiva sobre livros de arte no Brasil. Respeitável e cada vez mais irável Gráfica. Em selecionados pontos de venda, como o Café do Porto e neste link aqui. O prazer é de quem abrir suas páginas.

Autor
Fraga. Jornalista e humorista, editor de antologias e curador de exposições de humor. Colunista do jornal Extra Classe.

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