Quem precisa de banda larga e televisão no meio da pandemia?

Por Márcia Martins

Peço perdão se o assunto não parecer assim tão atual, é que preciso aproveitar os minutos que a Vivo me fornece os serviços que ela se comprometeu quando eu fiz a maldita troca da Net para outra operadora e que pago rigorosamente no dia 8 de cada mês. No ano ado, lá pela metade de junho, já completamente desgostosa com as falhas constantes da Vivo, jurei que, tão logo a pandemia se acalmasse, eu iria trocar de operadora, porque não queria ninguém entrando no meu apartamento para levar os aparelhos e tocar nos móveis. Sim, eu sou a louca do isolamento e dos cuidados com a Covid-19.

 

Uma moça do relacionamento da Vivo leu a coluna (olha só o prestígio do portal) e pelo meu e-mail entrou em contato e pediu mil desculpas, que nunca mais iria acontecer, que era uma exceção e se voltasse a ocorrer, me deixou seu endereço eletrônico, que não mais atende, e um número de fone fixo para eu não colorir de branco os poucos cabelos que me restam ao ter que ar uns 10 minutos ouvindo as opções eletrônicas da Vivo. De quebra, ainda mandou uns técnicos aqui em casa porque eu havia contratado 200 mega de velocidade de Banda Larga e a internet parecia uma carroça velha.

 

O mais estranho foi que os técnicos informaram que se eu quisesse mesmo usar os 200 mega teria que me sentar, quase coladinha, ao modem. E ele fica num local bem desconfortável. Praticamente teria que acampar no chão. "Isso é assim mesmo", assegurou o técnico. Gentil, ele deixou também um telefone que não mais atende.

 

Como a pandemia, na minha opinião, não está controlada, sigo sem providenciar a troca de operadora. Mas juro que a Vivo testa todos os limites de paciência do cliente. Nesta terça-feira, eu com uma agenda lotada de tarefas que exigiam, por exemplo, a internet, ao acordar vi que estava sem televisão, telefone fixo e banda larga. Ao ar o fone para informações e ar por todo aquele calvário, afirmam que estão fazendo manutenção preventiva na região e a previsão de retorno dos três serviços era até as 06h50 do dia 21. Detalhe, a manutenção havia começado às 6h30 do dia 20. Mais de 24 horas sem serviços.

 

Insatisfeita, resolvi falar com os funcionários da Vivo no twitter, pedindo uma outra informação. Vejam a resposta do atendente: "Voltei com algumas informações. No momento está ocorrendo uma manutenção na sua região, beleza? E a previsão para término é amanhã, dia 21/07 às 06:50, certo?" E eu perguntei para ele: "beleza para quem?" Se vou ficar todo este tempo sem os serviços que eu pago, qual o motivo desta resposta tão cheia de otimismo? Ele ficou "magoado" e ou a me ignorar. Menos mal. No dia 9 de julho, com o mesmo problema, o rapaz no twitter me deu a resposta 24 horas depois.

 

O jeito será recorrer à Anatel pedindo ressarcimento destes dois dias sem serviços (pelo que percebi, na terça, eles voltaram lá pelas 21h). E rezar para que a moça responsável pela ouvidoria da Vivo tenha mais habilidade no trato com o cliente. Na última vez, ela sugeriu que eu saísse numa loteria ou numa loja da Vivo para pagar a conta que não estava sendo entregue. E pedir perdão pela falta de assunto desta coluna. Se Nossa Senhora da Operadora Vivo me ajudar, na próxima semana, consigo ficar inteirada de tudo.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve agens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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