Que esperanças nos restam?
Por Rafael Cechin

A semana de início do Brasileirão de 2025 traz, depois do aquecimento com o Gauchão e as primeiras fases da Copa do Brasil, novas expectativas para a dupla Gre-Nal. As duas torcidas não têm muito no que se apegar para sonhar muito alto. Seja por traumas de temporadas adas ou pelo começo de ano nem tão promissor ou, pior ainda, pela diferença de investimentos para outros grandes do país, a tendência é de que sejamos novamente coadjuvantes.
Num Brasil que vai encerrar o mês de março desolado com a sua Seleção de futebol, as convocações das Eliminatórias para a Copa demonstram um pouco da distância para quem tem dominado os nossos campeonatos. Para se ter uma ideia o Flamengo teve oito representantes nas partidas realizadas nos últimos dias na América do Sul, sendo quatro (não sei se é tanto mérito assim) no elenco de Dorival Júnior.
O Inter não pode reclamar. Teve quatro chamados para seleções: Valencia pelo Equador, Rochet no Uruguai, Borré e Carbonero na Colômbia. O saldo positivo para os colorados ficou maior com os desempenhos dos dois primeiros. Valencia e Rochet foram decisivos, o atacante marcando duas vezes na vitória sobre a Venezuela que praticamente garantiu os equatorianos no Mundial do ano que vem, o goleiro por fechar o gol diminuindo o prejuízo diante da Argentina e garantindo empate na altitude da Bolívia.
Os gremistas foram mais modestos, com Villasanti reserva no Paraguai, Aravena ganhando poucas chances no Chile e Cristian Olivera sequer sendo testado no Uruguai. Menos mal que retornam ao clube sem desgaste para os duelos que vêm pela frente.
O time do técnico Gustavo Quinteros precisa se ajeitar mais. Está menos pronto para o resto da temporada. As impressões deixadas pelo Gauchão e, principalmente, pela Copa do Brasil não empolgam nem o torcedor mais otimista e fanático. A desconfiança inclusive já traz alguns pedidos de "volta Renato", imagine só.
Para tentar embalar já em sua estreia contra o Atlético-MG na Arena, o Grêmio deve fazer a bola ar mais pelo meio-campo. O jogo pelas pontas não está dando certo. Os atacantes não estão sendo abastecidos e a estrutura defensiva fica sobrecarregada quando perde a bola. Há necessidade urgente de melhora, sob pena de lutar por posições no máximo intermediárias.
Com jejum gigante no Brasileirão, os colorados nutrem (poucas) expectativas de brigar pela taça em 2025. A base do elenco que conquistou o Gauchão é a mesma que terminou bem no ano ado. Os grandes problemas do Inter são um grupo de jogadores que tem carências e a concorrência dos grandes de Rio e São Paulo, o que dificilmente trará a redenção ao final da competição.
Que esperanças nos restam? Os trabalhos dos técnicos podem nos salvar. Roger possui credibilidade e encaixou em sua agem no Beira-Rio. No lado tricolor, Quinteros não convenceu mas tem potencial pelo histórico de outras ligas. A famosa gangorra tende a ser equilibrada por baixo. Quem sabe, possa ser diferente. Vamos torcer.