Qualguer semelhança é… (*)
Estranhas coincidências positivas asfaltam o meu caminho nos últimos quatro anos. Todas elas apontam para o meu prazer em escrever, colunas, poemas, poemetos, artigos …
Estranhas coincidências positivas asfaltam o meu caminho nos últimos quatro anos. Todas elas apontam para o meu prazer em escrever, colunas, poemas, poemetos, artigos e matérias jornalísticas. E todas mostram a importância de se cultivar afetos e meu acerto em plantar carinhos. Sempre, neste período, tive o apoio de pessoas fundamentais na minha vida particular e profissional. Familiares, amigos muito especiais, simplesmente amigos, colegas, companheiros de militância e ideais, anjos, fadas e tantos outros que se citar nomes posso esquecer alguns e magoar quem não desejo.
Para evitar constrangimentos, hoje, 19 de novembro, data da sessão de autógrafos da Antologia "Poemas à Flor da Pele", livro coletivo de poetas do Orkut, na Palavraria, queria lembrar todos, cada um com sua menor ou maior importância na minha breve trajetória como escritora. Em nome dos que me apoiaram, agradeço o meu irmão Luis Fernando Peçanha Martins, que faleceu em maio de 2003, e a minha filha Gabriela Martins Trezzi. Um anjo, chamado Dedé, Dédi ou Luli, apelidos do meu irmão, e a fada Gabriela (enviada por Deus), que também atende na nossa intimidade pelo codinome de Bibi.
Por que falar no Dedé, Gabriela e estranhas coincidências que não são meras semelhanças? Um ano após a morte do meu irmão, em maio de 2004, escrevi um artigo, motivada pela enorme saudade, chamado "Sobrevivemos", e enviei para o email do Vieira, editor do Coletiva, que gostou e publicou. ei a mandar textos semanais para o site, sem nenhum compromisso, quase sempre publicados na sessão de artigos. A receptividade do editor do site e dos leitores, que comentavam os textos, me incentivou e mais eu escrevia. Sobre uma pauta cumprida, alguma dor não resolvida, uma estória da Gabriela?
Depois de superar um isolamento parcial do mundo, necessário para juntar pedaços, que sempre se quebram no tumultuado fim das relações, acordei, em junho de 2005, decidida a plantar sonhos. O artigo publicado no site dizia que as pessoas estavam ocupadas com coisas banais e não conseguiam, por isso, tempo para ver as belezas contidas em pequenos momentos de felicidade. "Tudo na nossa vida é tão ageiro e efêmero que nascer e morrer são as duas únicas coisas certas e irreversíveis", afirmava, ao revelar que queria ainda plantar muito sonho, amor e vida, para sempre escutar o beijo estalado da minha Gabriela.
No mesmo artigo, eu prometia comparecer à sessão de autógrafos do livro de poesias "Memorabilia", da ex-colega de Zero Hora, Susana Vernieri, naquela noite, na Palavraria. E falava: "A Susana plantou sementes que geraram amigos verdadeiros que irão prestigiar seu lançamento". Enquanto aguardava na fila para pegar a da "Su", avistei o Vieira, que não se lembrava muito da minha fisionomia. Como eventual colaboradora, fui até o seu encontro e me reapresentei sempre abraçada na Gabriela. Imediatamente, o Vieira perguntou se eu não queria, já a partir da próxima semana, ser colunista fixa do Coletiva.
E o resto? Bem, vocês já sabem. Escrevo aqui toda semana, sempre com a maior liberdade de expressão, acumulei novos amigos, aumentei minha bagagem de afetos, compartilhei com vocês momentos da Gabriela e tive coragem para voltar a fazer poesia. Por isso, tantas coincidências me levaram de volta à vida. Por isso, descobri que minha terceira paixão (Gabriela, neto canino Dalai) é escrever. Por isso, a noite de hoje me leva novamente à Palavraria. E bom demais se alguns amigos antes do jogo, do show da Cyndi Lauper, do bar, ou de qualquer outro compromisso, fossem até lá. Só para trocar ternura.