Primeira Missa em Porto Alegre

Um quadro à espera de artista para ser perpetuado é o da Primeira Missa em Porto Alegre. Naquele tempo, nada do aglomerado de casebres …

Um quadro à espera de artista para ser perpetuado é o da Primeira Missa em Porto Alegre. Naquele tempo, nada do aglomerado de casebres sugeria uma cidade no futuro.


Em 3 de dezembro de 1747, esta primeira missa em Porto Alegre foi rezada pelo franciscano Frei Bento de São José. Ele exercia o sacerdócio no Convento de São Francisco do Rio de Janeiro. Em determinado momento, decidiu que parte da sua missão espiritual era fortalecer o exercício da fé nos povoados que brotavam como flores silvestres pelo Brasil Colonial, na direção do Sul. Pôs-se a caminho, levando consigo uma imagem de São Francisco de Assis esculpida em madeira. Em cada lugarejo, improvisava o altar e rezava o ofício.


De povoado em povoado, o franciscano chegou a Viamão às vésperas de 3 de dezembro, data consagrada a São Francisco Xavier. Quando soube da existência do pequenino arraial, conhecido então como Porto de Viamão, decidiu que a data era significativa para o evento.


Cronistas da época descrevem aquele 3 de dezembro de 1747 como um dia ensolarado. Às oito e meia da manhã, a primeira missa de Porto Alegre foi rezada em uma palhoça que ficava na Rua da Praia, onde hoje existe o Banco Safra. Naquele tempo, não tinha praça da Alfândega. A água do Guaíba chegava até onde hoje está a calçada que vai do Edifício do Relógio na rua da Ladeira, até o shopping na esquina da Caldas Junior. Daí o nome de Rua da Praia.


Também naquele tempo os açorianos ainda não haviam chegado. Quem assistiu a esta primeira missa na capelinha improvisada, foi gente vinda com os bandeirantes, ou então refugiada da Colônia de Sacramento e até migrada de Laguna, Santa Catarina.


A partir de então, Porto Alegre começou a ser conhecida como povoação de São Francisco. Só trocou de nome depois.  Mas esta é outra história que todos conhecem.

Autor

Jayme Copstein é jornalista, com atividade em jornal e rádio desde 1943,com agens pelos principais veículos de Porto Alegre. Trabalhou 22 anos no Grupo RBS como apresentador de programas e comentarista de opinião da Rádio Gaúcha, e atualmente é colunista do jornal O Sul e apresentador do programa 'Paredão', na Rádio Pampa. Detentor de vários prêmios, entre eles, Medalha de Prata (2º lugar) no Festival Internacional do Rádio de Nova York (1995), em 1997 publicou "Notas Curiosas da Espécie Humana" (AGE). Seu livro mais recente é "A Ópera dos vivos", editado em janeiro de 2008.

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