Possível racismo no Grenal precisa ser apurado

Por Renato Dornelles

De novo ele, o abominável racismo, rondando o nosso futebol. No final de semana, tivemos a volta ao Estado de um dos maiores clássicos do planeta (inclusive, uma produtora do centro do país está produzindo uma série intitulada "Grenal, o maior clássico das Américas"), após a histórica enchente. Quase 50 mil torcedores compareceram ao estádio Beira-Rio.

Evidentemente que, quando há vitória de um dos lados - neste caso, pela terceira vez no ano, do Inter - não há como todos saírem felizes. Mas, como um dia "filosofou" o técnico Dino Sani, "no futebol se ganha, se perde ou se empata".

Desta forma, com vitória colorada, o clássico tinha tudo para terminar em paz, sem brigas, sem as tradicionais reclamações da arbitragem, ou seja, sem grandes anormalidades, numa demonstração de civilidade dentro e fora do campo.

Mas, infelizmente, houve a atitude de um torcedor colorado - daqueles que se concentram bem próximo à área reservada para a torcida rival, onde a troca de ofensas e às vezes outras formas de agressão são costumeiras - para colocar um porém na festa.

Tal torcedor, flagrado em vídeo, esfregava uma das mãos no braço contrário, num gesto conhecido de racismo. De parte dos clubes, o Grêmio emitiu nota repudiando a atitude e solicitando providências. Já o Inter, informou que identificou não só esse, mas como outro torcedor que também estaria envolvido e encaminhado o caso, definido como de injúria racial, à polícia.

É claro que não pode e nem deve haver julgamentos precipitados. Mas que os fatos sejam apurados, as alegações de tais torcedores ouvidas, e que, caso se confirme o crime de injúria racial, as devidas medidas sejam adotadas. Mais do que nunca, o racismo precisa ser banido dos estádios.

Autor
Jornalista, escritor, roteirista, produtor, sócio-diretor da editora/produtora Falange Produções, é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) (1986), com especialização em Cinema e Linguagem Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá (2021). No Jornalismo, durante 33 anos atuou como repórter, editor e colunista, tendo recebido cerca de 40 prêmios. No Audiovisual, nos últimos 10 anos atuou em funções de codireção, roteiro e produção. Codirigiu e roteirizou os premiados documentários em longa-metragem 'Central - O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil' e 'Olha Pra Elas', e as séries de TV documentais 'Retratos do Cárcere' e 'Violadas e Segregadas'. Na Literatura, é autor dos livros 'Falange Gaúcha', 'A Cor da Esperança' e, em parceria com Tatiana Sager, 'Paz nas Prisões, Guerra nas Ruas'. E-mail para contato: [email protected]

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