Porto & Vírgula
Quem lembra da Porto & Vírgula? Uma revista cultural que nasceu em 1991 (na verdade, o número zero tem data de 1990 – ou …
Quem lembra da Porto & Vírgula? Uma revista cultural que nasceu em 1991 (na verdade, o número zero tem data de 1990 - ou seja, 20 anos no ano que vem!), e que durou 56 edições, quando estacionou, em 2006. Estacionou, e não terminou, porque todos queremos que ela volte.
Em uma mesa, quase no finzinho da Feira do Livro de Porto Alegre, Susana Gastal relembrava:
"O jornalista Luiz Paulo Pilla Vares era Secretário Municipal da Cultura, no governo do prefeito Olívio Dutra, primeiro governo do PT, em Porto Alegre. Ele me chamou e disse: Susana, vamos fazer uma revista de cultura. E, depois de muitos debates - quase um ano de discussões -, fizemos o número zero. Concluímos que todos os colaboradores seriam pagos, ao invés de se fazer um investimento em material."
Ou seja, a revista seria simples por fora, mas recheadíssima por dentro. Apesar disso, o número zero foi muito bem trabalhado, graficamente. O mesmo não ocorreria com as edições iniciais. Para quem quiser pesquisar, na Biblioteca Josué Guimarães, Centro Municipal de Cultura, na capital gaúcha, a coleção não está completa (o número zero, por exemplo, não tem), mas pode-se conhecer uma experiência que ainda carece de olhares e reflexões.
Fu Lana participou da mesa (ou foi a Clô?). E apresenta aqui na cloluna algumas edições. A P&V vale um trabalho, uma reportagem, uma pauta e até uma tese. Ela marcou e está lá, na Biblioteca, para ser lembrada, lida, copiada, melhorada. Que volte à ativa.
A P&V surgiu em uma época em que não havia a Bravo, a Norte, a Aplauso, a Teorema e tantas outras revistas que hoje cobrem a cultura.
A superpalestrinha de nossa heroína está aqui na Coletiva, em imagens e legendas. Até o Vitor Ortiz e o Nei Lisboa diagramaram a Porto & Vírgula.
Matem a saudade, e estimulem a memória, pois, em 2010, vamos comemorar os vinte anos da revista: com exposição, blogs, festa. Quem sabe, assim, ela volta?
?
Até a de número 5, no expediente, não consta nome de responsável pela diagramação, programação visual, editoração, direção de arte, edição de arte, projeto gráfico ou design gráfico. Esta é, aliás, a ordem das nominações de quem já desenhou a P&V, como ela ou a ser reconhecida, a partir do ano de 1999, no projeto do Jorge Penny. Nas primeiras edições, quem assinava apenas a montagem da revista era a gráfica
Proletra. Quem viveu esste tempo conhece a tesoura e a cola, os diagramas e até o chutômetro nos cálculos.
Vitor Ortiz foi o primeiro a a diagramação da Porto & Vírgula, lá pelos números 6 e 7. Já a edição nº 9 está creditada para Adelise Oliveira e a empresa Rede Nacional de Mídia e, a partir da edição número 16, a P&V a a ter projeto gráfico de Ana Cláudia Gruszynski. Essa edição, nº 16, traz a de
Nei Lisboa na diagramação.
Do número 17 ao 37, por vinte edições,
Ana Cláudia foi a responsável pelo projeto e pela diagramação, com sua empresa Atelier Design Gráfico. Ela criou o encarte que acompanhava cada edição, sobre temas como mineiros (com fotos de Luiz Achutti e um caderno dedicado a Mario Quintana, como fotos de Daniel de Andrade).
Depois vem o projeto gráfico de
Jorge Penny, por três edições. Foi nesta época, 1999 e 2003, que a Porto & Vírgula fazia ainda um jornalzinho diário na Feira do Livro. Diário, para quem não percebeu o fôlego. Aquele que ia do formato meio-tablete, para o tablete e desdobrava em tabloide, um luxo. Um trabalho competentíssimo da Coordenação do Livro e Literatura da SMC.
Da edição 40 a 48, o design gráfico é desta que vos escreve, mãe da Fu Lana.
Depois a a ser feito por
Antonio Henriqson, da 49 a 54.
Fu Lana, quer dizer, a
Clô, fez a diagramação das mais recentes (para não dizer as últimas): uma no ano de 2005 e a derradeira, em 2006, que quase não circulou.
Que volte a Porto & Vírgula, e que muito ainda se estude sobre ela.
Clique aqui para conferir as artes dos diagramadores que aram pela P&V.