Peladão

Capa da última Isto É Dinheiro: Richard Branson, o irreverente milionário inglês, criador de várias e bem-sucedidas iniciativas, do seu grupo, Virgin. O detalhe …

Capa da última Isto É Dinheiro: Richard Branson, o irreverente milionário inglês, criador de várias e bem-sucedidas iniciativas, do seu grupo, Virgin. O detalhe é que ele está peladão. Tudo bem que o cara é assim mesmo, que faz de tudo para promover suas empresas e iniciativas, mas não quero me ater a isto. A questão é que vivemos tempos de liberdade. Caso contrário, não sairia um cara peladão na capa de uma revista semanal.


O ambiente corporativo vem sofrendo uma onda de liberdade e liberação. Note-se que, antes, as pessoas deviam trabalhar vestidas de uma maneira mais formal. Foi-se introduzindo na sexta o casual day, em que as pessoas vestem-se de um modo informal, calça jeans e tal. Depois, com o crescimento da importância das atividades de inovação, criatividade, etc, vimos a necessidade de um pensamento mais aberto, que acabou se refletindo na maneira de vestir.


Os antigos nerds deram sua contribuição: foram eles que primeiro adotaram o figurino de tênis com jeans, hoje tão comum.


O foco ou a ser o cérebro, não mais a maneira de se vestir. Claro, há ainda vários setores em que a maneira de vestir é necessariamente formal. Mas falo é o do avanço de vários outros setores em que a maneira adotada é necessariamente informal (agências de propaganda, comunicação). Um sujeito vestido, num local de criação, de maneira muito formal, até é visto como alguém engessado, do ponto de vista criativo, que tem pouco a contribuir.


Nesta linha de liberalização, um empresário aparecer peladão na capa de uma revista de negócios não causa mais espanto. Achei que foi emblemático, isto sim. O legítimo sinal dos tempos. Achei corajoso, por parte da revista, menos por parte do Richard Branson. Ele está na linha que sempre esteve. Faz literalmente de tudo para se promover e as suas empresas. Mas veículos de comunicação do segmento de negócios têm toda uma linha visual mais sóbria, justamente querendo comunicar seriedade, confiabilidade. No mínimo, diferente mesmo.


E inovador.  

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