Outro mundo é impossível
Pessimismos à parte, outro mundo não existe. Só este em que vivemos onde o refluxo da direita sobe como a maré alta. Estávamos em …
Pessimismos à parte, outro mundo não existe. Só este em que vivemos onde o refluxo da direita sobe como a maré alta. Estávamos em um período eleitoral, com lua decrescente, e havia o Luar, para ler ao contrário. De quem foi a ação ou a reação? As forças contrárias são iguais sofrendo, no entanto, o efeito do tempo. E da massa. A massa ainda é de manobra. Manobras bem feitas. Complexas. À altura do século XXI. No entanto, a hora da volta já começou. Ali mesmo nas lágrimas dos que hoje são minorias. Situação questionável, pois estatísticas são números. E números mudam. O problema é: até onde vai a onda? Precisará ir ao auge da extrema direita, fascista por definição? Ou pode retornar aos movimentos sociais produtivos, coletivos e pacíficos por desejo e vocação? Desejar o bem está fora de moda. A onda é pátria, religião e defesa da propriedade. Família é um conceito neutro, pois os dois lados anseiam por ela. Fu Lana assistia ao noticiário da tevê na noite seguinte à eleição nos EUA.Tem medo-pânico daquele país. Sempre soube que tal poder era imenso. E esse é o tamanho da onda. Vai ser Vaca. Não o animal bucólico de Armindo Trevisan, no poema em O sonho nas mãos (AGE-2004), mas o efeito Bush sobre nós, que defendíamos um outro mundo. Pelo menos nossa cidade deixará de ser o alvo mais próximo.
Estamos na parte baixa da curva. Seremos os mártires da nova era. A missão que é dada a uma geração inicia com o entendimento de seu papel no exato momento da curva do tempo. A onde se aproxima e estamos em silêncio ouvindo crescer o gigantesco volume de suas entranhas. Fu Lana espanta-se com o parecer otimista do representante de nosso país perante o poder norte-americano. Espera a óbvia paz prometida e confia que o governo Bush não apenas deve marcar quatro anos, mas determinar História. Por isso, deve haver a responsabilidade de frear instintos assassinos e pensar com a esquerda. Esta é a única solução possível. O Brasil é urgentemente necessário no Conselho de Segurança da ONU. É preciso antecipar na massa o pensamento anti-Vietnan: a paz é possível. A paz deve ser possível.
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