Os twitteres

Este texto poderia chamar-se de "os gnomos", "os hobbits" do Senhor dos Anéis, ou ainda "os duendes". Mas não, trata-se dos usuários de uma …

Este texto poderia chamar-se de "os gnomos", "os hobbits" do Senhor dos Anéis, ou ainda "os duendes". Mas não, trata-se dos usuários de uma nova onda promissora da internet, o Twitter. "Dizer algo tão convincente - 140 palavras - de modo tão compacto é difícil que concorra com milhões de outros meios concisos", escreve Richard Waters em ensaio publicado no Financial Times. Mas ele mesmo dá a resposta: empresas do Vale do Silício, basicamente fabricantes de equipamentos para transmissão via computadores, investiram US$ 30 milhões no Twitter. E que a posse de Barack Obama não seria tão propagada se não houvesse Twiters transmitindo detalhes a seus parceiros.


"À medida em que a mídia muda e se expande, a maneira como respondemos a isto precisa também se expandir", diz Peter Norvig, diretor de pesquisas do Google, ouvido pelo mesmo Waters. Novas maneiras de interagir na internet já estão evoluindo para outras formas, acrescentou ele. Por exemplo, entre as pessoas mais jovens, os e-mails deram, em grande parte, lugar para uma comunicação baseada em uma mistura de textos, mensagens instantâneas e inserção de mensagens em redes sociais.


Vale dizer que, enquanto o Google ou o Facebook tratam do ado, o Twitter trata do presente. Os usuários enviam mensagens curtas a partir de computadores pessoais ou telefones celulares, sempre com seu número crescente desde a entrada em operação do serviço, há três anos. Tais mensagens geralmente são exibidas publicamente, conforme Waters, embora possam ser restritas a pessoas selecionadas. E ainda pode ser formado um grande grupo composto de celebridades, políticos e outros indivíduos que se apressaram para ter uma voz neste novo domínio.


"Creio que as pessoas não fazem ideia de como, e com que rapidez, esses novos domínios de mídia podem crescer", argumenta Todd Chaffee, parceiro da companhia de capital de risco IVP, que na última semana participou do aporte de US$ 30 milhões para financiamento do Twitter. Apontando para plateias geradas, conforme Waters, pelo YouTube e Facebook, Chaffee acredita que o Twitter ruma nesta direção, com um efeito de rede viral que está tendo um crescimento orgânico explosivo.


Segundo a American Life, 11% dos usuários da internet nos EUA dizem que estão transmitindo atualizações curtas sobre suas ações, humor e pensamentos, embora isto também possa ocorrer no Facebook. "Se o Twitter atrair um universo maciço de usuários, haverá todos os tipos de oportunidade para gerar lucros", prevê Chaffee. Esta abordagem do tipo "construa que o lucro virá" já produziu os maiores nomes da internet, como Google, YouTube e Skype. 

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