Os amores de Osório
A propósito da crônica "Os amores de Caxias", da semana ada, alguém pergunta se falta ao Brasil um bom escritor para contar os amores …
A propósito da crônica "Os amores de Caxias", da semana ada, alguém pergunta se falta ao Brasil um bom escritor para contar os amores de seus vultos históricos.
Não sei a resposta. Bons escritores nós temos. Falta, talvez, é baixar o olhar para a nossa planície. Não foi apenas Caxias que viveu um drama amoroso. Osório também foi personagem de história semelhante, só que com desfecho trágico.
Em 1829, ele era tenente
Para separar os dois jovens, o fazendeiro, político influente, conseguiu que o Exército transferisse Osório para uma guarnição da fronteira.
Fosse pelos dois namorados, a separação teria pouca importância. No exílio, Osório escrevia diariamente a Ana. Jamais recebeu resposta porque as cartas eram interceptadas e destruídas pelo fazendeiro.
Mesmo sem notícias do bem-amado, Ana a ele se manteve fiel. E quando o pai decidiu casá-la com um parente rico, desesperada escreveu a Osório, pedindo que viesse buscá-la para fugirem juntos.
O portador da carta adoeceu no meio da viagem. Quando Osório recebeu o apelo, era tarde. Ao chegar
Osório voltou para fronteira. Só muitos anos mais tarde teve olhos para outra mulher. Quanto a Ana, adoeceu de desgosto e faleceu antes que o indesejado casamento completasse um mês.