O Vale do Silício ressurge
Depois da grande débacle de 2000, quando a oferta superou a demanda e o índice Nasdaq despencou e atingiu em cheio as empresas de …
Depois da grande débacle de 2000, quando a oferta superou a demanda e o índice Nasdaq despencou e atingiu em cheio as empresas de internet concentradas no Vale do Silício, o panorama está mudando. Considere os nomes Jangl, Jaxtr e Jajah. Não são erros de um jogo de palavras, são os nomes de empresas iniciantes de tecnologia no Vale do Silício. E não apenas os nomes são parecidos, mas o produto é similar - uma espécie de serviço telefônico pela Internet. Todas têm cerca de um ano e meio.
Seria difícil sobressair-se mesmo que não existisse uma dúzia de empresas no mesmo mercado. Ainda assim Jangl, Jaxtr e Jajah, coletivamente, levantaram US$ 50 milhões em capital de risco. Isto não é tão incomum. A indústria de tecnologia do Vale do Silício está tentando fazer negócios como em 1999. O investimento em capital de risco nos primeiros seis meses do ano pulou 9% em relação ao ano anterior, diz um estudo da Ventureone e Ernst &Young. A maior parte foi para o Vale, onde mais de 400 empresas fecharam acordos em média de US$ 10 milhões. Isto ajudou a tornar os empregos abundantes, as festas luxuosas e empreendedores novamente em alta.
O retorno
O atual frenesi da internet ainda não se compara com os picos que atingiu em 2000. Nos primeiros seis meses daquele ano, as empresas levantaram US$ 52,2 bilhões em capital de risco, comparados com os US$ 14 bilhões nos primeiros meses de 2007, diz o estudo da Ventureone. Mas algo interessante está acontecendo. Muitos empresários ponto.com que enriqueceram na época de ouro do Vale estão voltando.
O interesse em tecnologia começou a crescer há um ano, e agita inteiramente o Vale. O mercado de fusões e aquisições também está forte. Por exemplo, a Microsoft fez uma aquisição de US$ 6 bilhões na firma de propaganda Quantive. No último mês, só a Yahoo gastou US$ 350 milhões no site de mensagens eletrônicas Zimbra e US$ 300 milhões na firma de propaganda BlueLithium. A Intel gastou cerca de US$ 110 milhões na compra da Havok, produtora de programa de jogos.
Vai durar?
As pequenas e médias empresas não competem apenas entre si. "Todas têm que enfrentar, ao menos perifericamente, os grandes da telefonia da internet, como a Skype (da eBay), AT&T e Verizon", diz o analista
Já existem alguns sinais de mudança. A SunRocket, a empresa que provê chamadas telefônicas baratas, foi à falência em agosto, após três anos no ramo. As ações da Vonage, que está deficitária, caíram cerca de 95% desde 2006. "O capital de risco", diz Jeff Clavier, investidor da SoftTech VC, "em geral, assume que pelo menos metade de seus investimentos fracassará. Existem grandes idéias tornando-se empresas sólidas, mas isto não vai durar". John Marshal, da Ventureone, acredita que não haverá um único e grande colapso: "As empresas serão levadas gradualmente, enquanto os mercados se saturam".
