O sonho acabou

De acordo com as estatísticas obtidas pela BBC-Brasil e NYT, dezenas de brasileiros formam grandes núcleos nos aeroportos americanos. Em Nova York e Nova …

De acordo com as estatísticas obtidas pela BBC-Brasil e NYT, dezenas de brasileiros formam grandes núcleos nos aeroportos americanos. Em Nova York e Nova Jersey, as agências de viagens afirmam que as agens vendidas são somente para ida. Ou seja, os brasileiros não pretendem voltar porque consideram que a crise não tem tempo para terminar. "Temos medo deste furacão", dizem.


As informações sobre o êxodo brasileiro foram obtidas junto a funcionários consulares, agências de turismo inundadas com pedido de reservas em voos e líderes comunitários em bairros que os brasileiros transformaram com sua presença, desde Boston até a Flórida.


Citado pelo NYT, o líder comunitário Fausto Rocha, fundador do Centro do Imigrante Brasileiro, diz que "seus compatriotas, muitos ilegais, estão deixando o país, e outros após perderem suas casas na crise de hipotecas de alto risco".


O consulado do Brasil em Miami relatou: mais brasileiros estão deixando a região do que chegando - numa reversão ascendente que parecia impossível de ser contida, quando entravam legal ou ilegalmente.


Um dos primeiros


Direto de Miami para Governador Valadares, onde estava sua família, foi o caminho seguido por Leonardo Correia de Bastos. Agora exclama que "não vale mais a pena viver nos Estados Unidos", depois de ar três anos como `wood floor` colocando pisos em casas e apartamentos. As encomendas começaram a escassear com a crise das hipotecas e, já no início de 2008, voltou ao Brasil. "Muitos têm vergonha de voltar sem dinheiro, porque a expectativa era a de "fazer a America", disse ele.


A crise chegou à Universidade


Em um apartamento em Cambridge, no estado de Massachusetts, Anar Sharma está muito tenso, numa prova de que a crise não atinge somente latinos e brasileiros. Terminando o mestrado no prestigioso MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), ele teme não encontrar emprego e ter que voltar a seu país.


Se os diplomados em ótimas universidades estão muito apreensivos, o que dizer da centenária Harward, um ícone na educação americana? Os trabalhadores sindicalizados estão criticando a Universidade por ter implementado medidas de redução de custos que provocaram a demissão de trabalhadores que  fazem alguns dos serviços mais duros.


Kevin Galvin, um porta-voz da Universidade, diz que "a instituição está sofrendo desafios fiscais sem precedentes", incluindo a imposição de um congelamento salarial aos professores e funcionários não sindicalizados. Gavin justificou a redução de custos em uma empresa terceirizada, que não quis se pronunciar sobre o assunto.

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