O que você acha?

Há algum tempo, veículos de comunicação abriram uma nova janela, através da Internet, para estreitar os vínculos com os seus leitores. Coisa que bem …

Há algum tempo, veículos de comunicação abriram uma nova janela, através da Internet, para estreitar os vínculos com os seus leitores. Coisa que bem usada, pode ser uma ferramenta útil em benefício da sociedade mas, quase sempre, é uma ação absolutamente inócua, quando não infantil.


Ainda que seja um quebra-galho para quem não tem o que fazer e gosta de dar palpite, é um trabalhinho meio bobo e inútil.


O que pode ser um bom canal de humor, recolocando com graça assuntos em pauta, quase sempre são perguntas cujas respostas levam a nada.  


Semana ada, em diversos veículos, havia a mesma pergunta:


"O que você achou da seleção do Brasil no jogo contra a Colômbia?"


Uma avaliação, por mais técnica e perfeita do jogo, jamais chegaria aos ouvidos do Dunga. Eis uma pergunta inócua, pelo fato de que todas as respostas são inócuas.


Fosse eu um humorista e não perderia a oportunidade de fazer perguntas, já avisando de antemão que dispensava as respostas.


"Se a Mônica Veloso chegasse para um tatuador (sic) e propusesse uma barganha para ele fazer aquela tatuagem no seu bumbum, ele aceitaria pela simples visão daquela bunda? Ou seria radical como o presidente e juraria que não faz barganhas?"


Lembrando aquela palhaçada que o Ronaldo Fenômeno fez com um tufo de cabelos na Copa do Mundo do Japão, perguntas simples também mexeriam com as cabeças dos leitores:


"O que você acha do penteado do Ronaldinho Gaúcho? Ou do senador Wellington Salgado?" 


Um veículo mais ousado, uma revista semanal, por exemplo, baseado naqueles caçadores de recompensas existentes em alguns lugares dos States, poderia tentar ajudar as autoridades na apropriação de bens depositados no exterior por mestres de apropriações indébitas, padrão Paulo Salim Maluf.


O governo, por conta própria, poderia apostar no sucesso de uma campanha "Denuncie fortunas ilegítimas e ganhe 10% do arrecadado". Além de criar a Rede Nacional de Alcagüetagem, o valor arrecadado poderia dispensar o Planalto de futuras barganhas para aprovar a MF.


Já o Instituto de Psicanálise e/ou a Sociedade de Psicologia poderiam incrementar o faturamento dos associados através de uma única pergunta:


"Você está satisfeito com o seu caráter?"


Pense bem sobre isso tudo e dê sua opinião para o editor de Coletiva, José A. Vieira da Cunha. Mas se você souber a origem daqueles dólares* encontrados, há tempos, no escritório eleitoral da Roseana Sarney, meu e-mail está abaixo.


Inté.


* Não confundir com os dólares na cueca do assessor do irmão do José Genuino.

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Autor
Mario de Almeida é jornalista, publicitário e escritor.

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