O primeiro mês do resto de nossas vidas em 2025

Por Márcia Martins

E eis que num e de mágica, quase sem que se percebesse (na minha mais modesta opinião), janeiro se encerra nesta sexta-feira, 31. Pois o primeiro mês do resto de nossas vidas em 2025 termina amanhã com um saldo de notícias boas e promissoras para o Brasil, na economia com a retomada dos índices de emprego e o cinema nacional firmando posição nos prêmios internacionais, um cenário nebuloso para o mundo com a posse e as primeiras medidas de Donald Trump nos Estados Unidos, dias nublados e com chuvas esporádicas e frequentes em Porto Alegre, capital de uma água que se apresenta com cheiro inável e cor suspeita.

Mas, para evitar nesta coluna os assuntos mais polêmicos e políticos - para não ser chamada de petralha, o que, ao contrário do que muitos imaginam, não se trata de um insulto - vamos hoje tratar de amenidades e particularidades destes dias inconstantes de janeiro. Como já afirmei em textos anteriores, não gosto do verão e sempre fui fã declarada do outono e do inverno. Então, os últimos dias desta semana até que me agradariam bastante, não fosse a chuva chata que teima em cancelar as minhas caminhadas diárias. Juro que não sou a eterna insatisfeita, mas fico a pensar se a chuva não poderia dar uma trégua e o clima seguir assim mais ameno.

Como o período estimula, mergulhei em leituras atrasadas em janeiro. Fechei o balanço de quatro livros lidos, que já juntavam pó na minha estante, em um mês, o que considero uma média razoável. A intenção é manter essa rotina durante todo o ano de 2025, que até pode ser prejudicada um pouco uma vez que sairei de férias em março. Por ser uma viagem de turismo desejada há muito tempo (mas isso poderá render, na volta das férias, outras colunas), não sobrará espaço para a leitura.

Aconselho a leitura da edição "Tição Especial - 50 anos de resistência", em celebração aos 50 anos de lançamento da revista, surgida em 1978 e que teve somente três números, mas de conteúdos fundamentais na época da ditadura militar sobre a questão étnico-racial e nas lutas contra a discriminação do povo negro. E que, apesar de muitos avanços ao longo dos anos, ainda seguem atuais e de necessários momentos de debates. A Tição especial tem edição e coordenação de Emílio Chagas e Jeanice Dias Ramos e reportagens de Cíntia Colares e Jones Lopes da Silva.

Nos dias em que o tempo instável não me prende no pequeno apartamento e sem a presença do neto canino Quincas Fernando, atualmente na casa da minha filha e nora respeitando o esquema de guarda compartilhada, acerto encontros com as amigas que a comunicação me brindou, faço caminhadas pela Redenção, frequento os cafés da Cidade Baixa e coloco os assuntos em dia com a grande amiga Tia Lili, sempre parceira.

De volta ao mês de janeiro, que ele se encerre com a esperança de ter inaugurado um ano mais fraterno, menos desigual, com menos tragédias e em que os humanos definitivamente sejam, enfim, mais humanos.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve agens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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